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7 de maio de 2023 às 07:27
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Acadêmico: Associação de tabaco e álcool no câncer bucal

Autor: Adriel Silva de Aquino

O câncer bucal se classifica como o oitavo em homens e nono em mulheres mais frequentem no Brasil, estando em ranking mundial como o sexto que mais mata no mundo, 12% dos casos são identificados como câncer bucal e com maior taxa de mortalidade no segmento cabeça e pescoço. O Brasil é o terceiro país no mundo com maior índice de câncer de boca sendo diagnosticado com mais frequência em pessoas com idades entre 50 e 80 anos. De todas as neoplasias bucais malignas, 94% correspondem ao carcinoma de células escamosa oral (CCEO). O CCEO é uma neoplasia epitelial maligna agressiva que se caracteriza pelo rompimento do epitélio com a formação de uma úlcera que tem consistência dura e raramente apresenta uma consistência mole (HIROTA, 2006).

De acordo com pesquisas fatores decisivos do câncer bucal considerados de risco são: tabaco, álcool e dieta. É evidente a relação entre o câncer bucal e o tabaco, aumentando as chances entre sete e dez vezes sobre um não fumante, sessenta substâncias das 4.700 do fumo são cancerígenas, além disso, a o hábito pode ter ação oxidante sobre os tecidos, prejudicando as reações que produzem radicais livres nos eventos celulares. Assim, a presença de oxigênio reativo pode causar danos às proteínas, carboidratos, lipídios e DNA. 

A nicotina pode ser classificada como uma droga psicoativa e possui grande influência sobre biologia e fisiologia cerebral. O cigarro contém nitrosaminas e hidrocarbonetos policíclicos carcinogênicos genotóxicos que podem aumentar o risco de câncer. Tais elementos podem alterar o perfil molecular celular e causar mutações (VIEIRA, 2015).

Um dos principais fatores que desencadeiam o câncer oral é o hábito de fumar, não somente os fumantes ativos, mas também os passivos podem ser expostos ao câncer. Existe um risco maior para as gestantes que fumam, pois a fumaça pode induzir repercussões deletérias ao feto, através do cordão umbilical (VIEIRA, 2015).

 A dieta vem sendo a protagonista de vários estudos sobre câncer, o alto consumo de produtos animais, gordura e açúcar pode ter contribuído para 30% dos casos, relacionado à alimentação é importante citar alguns exemplos que podem estar envolvido com o câncer bucal como desnutrição, anemia por deficiência de ferro e deficiência de vitamina A. Outros fatores extrínsecos contribuem para o câncer bucal como a predisposição genética, infecções por candida sp. e por vírus oncogênicos, radiação solar, vírus, fungos e ausência de higiene bucal (LEITE, 2005).

Há incidências que o número de pessoas com câncer bucal vai aumentar, em 2002 foram 11 milhões ao ano e em 2020 poderá chegar em 15 milhões, de acordo com a International Union Against Cancer, a explicação é o aumento da exposição a fatores cancerígenos e o crescimento da expectativa de vida levando a população ao aumento de doenças crônico-degenerativas, principalmente as neoplasias e patologias cardiovasculares.  A localização com maior incidência do câncer é na língua (32%) seguida por orofaringe (18%), assoalho de boca (12,4%) e palato (8%).  O percentual de casos de tumor maligno de boca e faringe apontou maior incidência de tumores do tipo T4 (39,4%) e T2 (31%) indicando a descoberta de um câncer avançado (DRUMOND, 2012).

O diagnóstico é feito a partir da citopatologia que é um método que possibilita a análise das células coletadas das lesões para serem analisadas. As vantagens do método é o baixo custo, a facilidade do exame, a rapidez e por não ser um exame evasivo podendo ser feito como um exame de rotina para a prevenção. A técnica transfere o material coletado para um meio líquido, que tem propriedade de preservar as estruturas morfológicas e moleculares do esfregaço (LUCENA, 2011).

Conclui-se que o câncer bucal é um problema de saúde pública devido à grande parte da população consumir regularmente álcool e tabaco, identificar o câncer no estágio inicial é essencial para sua cura, porém infelizmente grande parte dos casos é descoberta em estado avançado.

Estima-se que aproximadamente 80% dos cânceres de boca e da orofaringe podem ser prevenidos pela abstenção do fumo e do álcool.  Como regra geral de prevenção do câncer, sugere-se selecionar uma dieta balanceada, adequadamente a base de frutas, vegetais e cereais e anular o consumo de tabaco e álcool, além de realizar exame de rotina para prevenção do câncer bucal.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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