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19 de outubro de 2022 às 18:04
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Acadêmico: Agricultura orgânica: uma estratégia sustentável utilizando recursos naturais

Autor: Cainan Flamarion Matos Déda

Na segunda metade do século XX aconteceu a transformação na agricultura, conhecida como Revolução Verde, a qual resultou no aumento da produção de alimentos, mas também impactou de forma significativa o bem estar dos trabalhadores e consumidores devido ao uso exacerbado e de forma contínua de agrotóxicos em seu plantio, tendo em vista que a estratégia tecnológica proporcionou ganhos em produtividade, porém os pontos negativos ressaltaram a necessidade do cultivo de alimentos saudáveis, isto é, agricultura orgânica (MOURA; SOARES; REIS; FARIAS, 2021).

A Revolução Verde, a partir de 1968, proporcionou a proliferação de pragas e intensificou o uso de agrotóxico como método de solução. Gerando consequências significativas nos âmbitos sociais, sanitários e ambientais. Tendo em vista que muito dos trabalhadores rurais precisam de assistência devido a intoxicação aguda ou até mesmo crônica, o que vai ser definido pelo o tempo de exposição ao agente químico. Outrossim, é visto que o custo do agrotóxico é totalmente desproporcional ao reparo que precisa ser feito na saúde e ambiente (ABREU; ALONZO, 2014).

De acordo com a percepção de Magalhães (2020), a agricultura orgânica é um meio alternativo cujo objetivo é priorizar a qualidade dos alimentos sem o uso de agrotóxicos ou agentes químicos, sabendo que a utilização dessas substâncias causam impactos no meio ambiente, a exemplo da contaminação da água e solo, como também na saúde. Dessa forma, o método supracitado consiste na utilização de recursos naturais, ou seja, não sintéticos, usando, preferencialmente, elementos não modificados geneticamente, rotação de plantio, esterco de animais e resíduos provenientes da lavoura a fim de minimizar os impactos ambientais, econômicos, sociais e na qualidade de vida.

Para tanto, faz-se necessário mencionar que os meios naturais têm ganhado espaço nos comércios, pois os benefícios são maiores. Em contrapartida, os preços também são elevados, devido à pouca oferta, resultando em minimização da acessibilidade para a sociedade. Outro ponto a ser frisado, é a respeito da certificação desses produtos, os quais precisam ser registrados no Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica (SISORG), responsável pela avaliação da origem e etapas do processo produtivo, juntamente com o Ministério da Agricultura. Mas, as vendas direta ao consumidor não precisam de certificado (SILVA; POLLI, 2020).

Atrelado ao pré-requisito supracitado também existem políticas governamentais que visam incentivar o cultivo natural, destacando-se a Política Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), a qual tem como finalidade impulsionar a compra de alimentos orgânicos, reforçando a importância do consumo e comercialização, e priorizando os hábitos alimentares saudáveis (BRASIL, 2015).

Ao analisar de modo geral o percentual de consumo, nota-se que ainda possui uma estimativa baixa no Brasil comparado ao uso dos alimentos com fertilização e agrotóxicos, o que reflete no déficit de conhecimento a respeito dos benefícios provenientes dos produtos naturais, além do mais, a disponibilidade e o menor preço dos elementos convencionais, os quais são produzidos em larga escala faz com que dificultem ainda mais o acesso e o consumo aos produtos não sintéticos (SILVA; POLLI, 2020).

Dessa forma, a agricultura orgânica apresenta pontos positivos e negativos, se destacando da seguinte forma: boa qualidade nos alimentos e produção saudável; mais nutritivo e saboroso; contribui para a saúde do consumidor e trabalhador; utiliza de meios naturais o que corrobora para a preservação do ambiente. As desvantagens vistas, são: maior preço e baixa produção, pois o cultivo demora mais tempo do que os produtos convencionais que usam de recursos que ultrapassam as fases e garantem o amadurecimento de forma rápida, inapropriada e não-saudável (MAGALHÃES, 2020).

Os benefícios para a saúde são tanto necessários quanto ao meio ambiente, pois cooperam para a promoção de saúde e prevenção de doenças, isto é, autocuidado. No quesito que se refere ao meio ambiente, conserva o solo devido a rotatividade e promove a biodiversidade. Pode-se analisar que o custeio e a produção se torna mais caro, porém mesmo assim os pontos positivos se sobressaem e promovem resultados melhores (SILVA; POLLI, 2020).

Em suma, pode-se perceber com veemência que a agricultura orgânica é um investimento sustentável e saudável que utiliza de recursos naturais, além de garantir qualidade dos produtos, conservação do ambiente e prevenção de afecções.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, P. H. B. de; ALONZO, H. G. A. Trabalho Rural e riscos à Saude: uma revisão sobre o uso seguro de agrotóxicos no Brasil. REVISÃO • Ciênc. saúde coletiva 19 (10) • Out 2014 • https://doi.org/10.1590/1413-812320141910.09342014 

BRASIL. Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação. Resolução CD no 4, de 2 de abril de 2015. Altera a redação dos artigos 25 a 32 da Resolução/CD/FNDE nº 26, de 17 de junho de 2013, no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Diário Oficial da União, 8 abr. 2015. Seção 1, p.21-24.

MAGALHÃES, L, Agricultura Orgânica, 2020. Acessado dia 19 de outubro de 2022. Disponivel em https://www.todamateria.com.br/agricultura-organica/

MOURA, D. L; SOARES, J. P. G; REIS, S. A; FARIAS, L. F. Agricultura Organica: impactos ambientais, sociais, econômicos e na saude humana. COLÓQUIO – Revista do Desenvolvimento Regional – Faccat – Taquara/RS – v. 19, n. 1, jan./mar. 2022

SILVA, S. A; POLLI, H. Q. A importancia da agricultura orgânica para a saude e o meio ambiente. Interface Tecnologica – v. 17 n. 1 (2020).

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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