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4 de agosto de 2022 às 06:37
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Acadêmico: Trabalho infantil

Autor: Maiane Sousa de Santana

O trabalho infantil é um assunto sério que precisa ser refletido, pois, acontece desde da idade média, o conceito de infância na sociedade, demorou para ganhar espaço, nem sempre a infância foi separada da adolescência, as crianças eram insignificantes e invisíveis. É possível perceber através dos estudos, a falta de voz e atenção que as crianças tinham. Algum tempo atrás elas até os 7 anos não tinham proteção. No decorrer do tempo houve mudanças, mas só a partir do século XIX surgem teorias para explicar o desenvolvimento infantil e outros tantos processos. Fazendo com que as crianças começassem a ser reconhecidas na sociedade.

Para Postman (1999) na Idade Média não havia diferenciação entre o mundo adulto e o mundo infantil, grande parte da cultura, os costumes e comportamentos eram dado acesso às crianças. Os meninos de sete anos era um homem em quase todas as vertentes, não havia censura, nem barreiras morais ou algum sentimento de proteção destinada às crianças, elas eram também consideradas seres sem alma, inclusive muitas eram enterradas em qualquer lugar. Na época a taxa de mortalidade infantil era muito alta, por conta da precariedade de higienização, falta de saneamento, entre outros fatores.

Na perspectiva de Rocha (2002), aconteceram mudanças no modo de tratar as crianças, por conta de intervenções de poderes públicos juntamente com a preocupação vinda da Igreja. A Igreja trouxe a ideia da criança anjo, em que essa agora era retratada com alma e que por isso deveria ser batizada, a imagem da criança passa a ser considerada casta. Desse modo, as concepções de criança mística ou criança anjo vai modificando as relações dentro da família, promovida por uma mudança cultural que, segundo Rocha (2002), tem influência em mudanças políticas, econômicas e sociais sofridas pela sociedade.

A Revolução Industrial contou com a participação ativa das crianças para a produção industrial, muitos adultos e crianças eram subordinados a uma lógica econômica, que correntemente se expressou em mobilizações de inúmeras crianças introduzidas em fábricas, oficinas ou em qualquer outra atividade do tipo. ( SARMENTO, 2005). Desse modo, essas crianças que tinham que trabalhar de sol a sol, acabaram sendo impedidas de frequentar a escola e esse privilégio era concebido para as que eram de famílias ricas da burguesia, embora a educação tivesse chegado, a desigualdade social se encarregava de realizar a seleção.

Muitas mudanças aconteceram no Brasil desde sua colonização até os dias atuais, a criança foi reconhecida como sujeito de direitos ganhando maior assistência. No entanto, mesmo depois de trinta anos após a promulgação do ECA, muitas crianças e adolescentes continuam com seus direitos violados, vivendo a mercê da violência, miséria, ausência de educação de qualidade, muitos ainda vivem nas ruas trabalhando ao invés de estar estudando, crianças que assustam por sobreviverem longe de adultos e com tamanha habilidade que fica fora de alcance.

O ECA, é o estatuto da criança e do adolescente, ele foi aprovado em 13 de junho de 1990.  É a lei que defende a proteção à criança e ao adolescente, dando o direito de novas formas de tratamento, uma vez que por conta das condições características de desenvolvimento, exige atenção especial do estado, da família e da sociedade.

É necessário que o tema tratado, seja sempre posto em pauta, para que não seja algo normalizado na sociedade, com a visão de que é melhor a criança tá trabalhando do outras coisas, criança precisa viver cada etapa da sua vida, da forma correta, protegida por lei e ter seus direitos a alimentação, lar, educação e outros.

Referências bibliográficas  

POSTMAN, Neil. O Desaparecimento da Infância. Rio de Janeiro: Graphia, 1999

ROCHA, Rita de Cássia Luiz da. História da Infância: reflexões acerca de algumas concepções correntes. Analecta, Paraná, v. 3, n. 2, p. 51-63, jul./dez. 2002.

SARMENTO, Manuel Jacinto. Crianças: educação, culturas e cidadania activa Refletindo em torno de uma proposta de trabalho. Perspectiva, Florianópolis, v. 23, n. 01, p. 17-40, jan./jul. 2005

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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