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27 de junho de 2022 às 14:34
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Saúde da mulher: A importância da adesão ao pré-natal frente as alterações fisiológicas e pandemia da covid-19

Autor: Alex Fontes Honorato

A adesão ao pré-natal é de extrema importância tanto para a genitora como também para o feto, tendo em vista que o ideal é dá início precocemente, ou seja, antes das 12 semanas. Outro ponto a ser ressaltado é que a mulher passa por mudanças fisiológicas e imunológicas, as quais são responsáveis por preparar o organismo para o desenvolvimento embrionário.

As consultas devem ser no mínimo seis, sendo intercaladas entre medico e enfermeiro. Até a 28ª semana são feitas mensalmente, quinzenalmente da 28ª até a 36ª semana e semanalmente entre a 36ª e 41ª semana, pois o risco de agravamento do final da gestação tende a ser maior (BRASIL, 2012). Além do mais, na primeira consulta, a enfermeira deve fazer o cadastramento no SIS pré-natal, preencher a caderneta de gestante e avaliar a caderneta vacinal.

Ao iniciar a consulta pela anamnese, será colhido os dados de identificação, antecedentes familiares e pessoais, através destes podem constatar fatores de riscos que podem agravar o quadro atual, antecedentes obstétricos, bem como sexualidade, condições socioeconômicas e histórico atual da gestação (BRASIL, 2012). Dentre as condutas a serem realizadas durante a consulta de pré-natal se destacam a solicitação de exames laboratoriais do primeiro trimestre, avaliação do caderneta vacinal bem como aprazamento das vacinas Hepatite B, DTPa e Influenza, além da realização dos testes rápidos, os quais visam a detecção de Hepatite B e C, sífilis e HIV, além da suplementação com ácido fólico e sulfato ferroso (BRASIL, 2015).

No quesito que tange a realização do exame físico é valido frisar que algumas avaliações são indiscutíveis e indispensáveis, como por exemplo: aferição da pressão arterial, avaliação do sistema cardíaco e respiratório, abdominal, mamas, extremidades, genitália e mucosas, além de calcular o IMC e encaminhar para a consulta odontológica (BRASIL, 2012).

No segundo trimestre deve solicitar novamente o coombs indireto se o Rh for negativo, teste de tolerância para glicose com 75g de dextrosol, mais conhecido como teste de garapa, o qual deve ser feito entre a 24 a 28 semana. É importante frisar que é nesse período que se deve tomar a vacina DTPa. Com 28 semana pode fazer a manobra de Leopold, a qual consiste em delimitar o fundo uterino, identificar o dorso, avaliar a mobilidade do polo e situação fetal (BRASIL, 2012). No terceiro trimestre deve ser repetido todos os exames solicitados no primeiro trimestre, orientado a paciente a respeito do parto afim de tranquiliza-la.

Correlacionando o período gestacional com os riscos da pandemia, sabe-se até então que, ao final do ano 2019, o mundo foi marcado e impactado pelo o novo corona vírus, o qual faz parte do grupo de vírus SARS-cov2 e é responsável pela pandemia da Covid – 19. A disseminação acontece de forma rápida e causa infecções respiratórias, que pode se apresentar de forma assintomática até quadros respiratórios graves (ALMEIDA; PORTUGAL; ASSIS, 2020).

Para tanto, é visto que é preciso um olhar holístico e raciocínio crítico, tendo em vista que foi necessário se adequar à nova realidade, a qual requer novos métodos de cuidados, principalmente em gestantes, as quais estão vulneráveis e passando por processo de alterações fisiológicas, imunológico e desenvolvimento embrionário (ALMEIDA; PORTUGAL; ASSIS, 2020).

Com relação a infecção fetal, o qual pode ser infectado, porém a gravidade varia de acordo com o período gestacional. Dessa forma, no primeiro e segundo trimestre, as consequências podem ser abortos, prematuridade ou defeitos congênitos. No terceiro trimestre pode apresentar infecção ativa, adquirir anticorpos materno após vacinação (SOUZA et al., 2021). Um ponto a ser frisado é que as consequências a nível psíquicos devido as restrições e novas adequações da pandemia contribuíram para o aumento das modificações sociais e biológica (ARRAIS et al., 2021).  

Ao referir aos trimestres, Souza et al., (2021) enfatiza que os cuidados são imprescindíveis, pois os riscos agregados nas diferentes etapas podem ser desenvolvidos de formas distintas, tendo em vista que o período gestacional consiste em alterações fisiológicas e imunológicas que requer cuidados e atenção maior.

Os riscos proporcionados a gestação não se limitam a infecção por meio do vírus, mas se estendem ao isolamento, tendo em vista que as medidas restritivas geraram genitoras sedentárias, o que pode acarretar no sobrepeso, elevação da pressão arterial, alteração nos níveis glicêmicos e triglicérides, gerar sintomas de ansiedade e depressão (ALMEIDA; PORTUGAL; ASSIS, 2020).

Em suma, visto a importância da adesão ao pré-natal atrelada aos riscos proporcionado pela a pandemia, percebe-se o quão necessário é o acompanhamento do desenvolvimento embrionário e saúde materna, bem como a assistência multiprofissional afim de identificar possíveis fatores de riscos, prevenir agravamentos e promover saúde em seu aspecto biopsicossocial e de forma integral.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ALMEIDA, M. O; PORTUGAL, T. M; ASSIS, T. J. C. F. de. Gestantes e COVID-19: isolamento como fator de impacto físico e psíquico. Rev. Bras. Saude Mater. Infant. 20 (2) • Apr-Jun 2020 • https://doi.org/10.1590/1806-93042020000200015

ARRAIS, A; AMORIM, B; ROCHA, L; HAIDAR, A. C. Impacto psicológico da pandemia em gestantes e puérperas brasileiras. Diaphora: Porto Alegre, v.10, 2021.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Atenção ao pré-natal de baixo risco / Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Editora do Ministério da Saúde, 2012.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais. – Brasília : Ministério da Saúde, 2015.

SOUZA, M. E. M; FARIAS, A. C. R; VIEIRA, C. H. F; SANTANA, F. S; SILVA, C. P. S; ROSARIO, W. R; DIAS, T. G; PEREIRA, D. M. S. P; FIGUEIREDO, C. S. S; GONÇALVES, C. A. Os possíveis impacto do Sars-coV-2 em gestantes e no desenvolvimento fetal: revisão narrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, v. 13. 2021. DOI: https://doi.org/10.25248/REAS.e8131.2021

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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