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9 de maio de 2022 às 06:03
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Acadêmico: ISOLAMENTO SOCIAL: O impacto da COVID-19 no comportamento alimentar

Autora: Millena Carollina Alves Bezerra

A COVID-19 é uma patologia ocasionada pelo coronavírus (SARS-CoV-2), a qual foi identificada pela primeira vez na China, no final de 2019. A partir do dia 11 de março do ano de 2020, a Organização Mundial de Saúde (OMS) decretou uma pandemia mundial. Em relação especificamente ao Brasil, a partir de fevereiro, a doença já era considerada uma Emergência de Saúde Pública no país (OLIVEIRA et al., 2021).

Os sintomas causados pela COVID-19 se se caracterizam em febre, tosse, fadiga, hemoptise e dispneia; em casos mais graves, pode ocorrer: pneumonia, síndrome do desconforto respiratório, problemas cardíacos agudos e falência de vários órgãos. Têm-se como forma de transmissão as gotículas respiratórias. Dentre as medidas não farmacológicas para evitar o avanço do novo vírus, a OMS considerou como medida mais eficiente o isolamento social, trazendo novas configurações sociais, permitindo apenas serviços essenciais ou que não gerassem aglomeração (NUNES et al., 2020).

No entanto, é importante expor que à mesma medida que o isolamento social contribui para o não avanço da doença, também gera diversas implicações no comportamento social dos isolados, a exemplo de: mudanças no sono; consumo de bebidas alcoólicas; prática de atividade física ou sedentarismo; mudanças alimentares e dentre outras. Em outras palavras, o isolamento social/quarentena se apresenta como uma forma eficaz para estancar o avanço do novo coronavírus, no entanto, pode gerar complicações na vida do indivíduo, de maneira inevitável (OLIVEIRA et al., 2021).

A falta do convívio social, a separação da família ou perda de algum componente dela, a incerteza sobre as questões envolvendo a doença, tédio, combinadas com o acesso recorrente à mídia também contribuem para sentimentos negativos relacionados à pandemia. A mudança no estilo de vida e nos hábitos alimentares dos indivíduos tornou-se notória, e, de acordo com sua pesquisa, o consumo de vegetais e frutas diminuiu de 37,3% para 33% até o período pesquisado de isolamento social. Já em detrimento do consumo de produtos industrializados, como biscoitos, salgadinhos, bolos, chocolates e entre outros houve um aumento de 54,2% para 63% (DURÃES et al., 2020).

Essa situação gera no indivíduo uma sobrecarga emocional, fazendo com que o mesmo desconte na alimentação. Gerando o comer de maneira exacerbada de alimentos que provocam a mudança positiva no humor, como alimentos compostos por açúcar ou carboidratos simples, denominados de “comfortfoods”. Estas que provocam consolo no indivíduo que as ingere, ocasionando emoções positivas, trazendo de volta, em muitas das vezes, lembranças da infância, mas que por outro lado, ocasiona malefícios a saúde quando consumidos em demasia. (OLIVEIRA et al., 2021).

As alterações que envolvem o comportamento alimentar podem ser entendidas à luz da psicopatologia e das influências ambientais. O estresse contínuo, podendo ser associados a sintomas depressivos e ansiosos, eleva os níveis de cortisol no corpo, provocando o aumento da vontade de alimentos doces e ricos em carboidratos, ou “comfortfoods” (LIMA; SOARES, 2020).

Assim, o isolamento está intimamente relacionado a uma alimentação carente de vegetais e frutas frescas. Alimentos como grãos não refinados, verduras, frutas, peixe, azeite de oliva contribuíram para o não aparecimento de sintomas depressivos e ansiosos, no entanto, no que diz respeito aos alimentos gordurosos e doces houve maior desenvolvimento desses sistemas (DURÃES et al., 2020).

Outro impacto vivenciado aos hábitos alimentares relacionados ao isolamento e pandemia do COVID-19 corresponde à segurança do alimento, de como ele é produzido, manuseado e comercializado, pode ser observado o impacto econômico relacionado aos alimentos naturais, já que as pessoas dão preferência aos industrializados, pela procedência confirmada e pela facilidade de acesso. (DURÃES et al., 2020).

As consequências geradas por essa inadequação dos hábitos alimentares incluem a disfunção da função imunológica, a ocorrência ou fator predisposto à obesidade, contribui também para o aumento da morbidade e mortalidade de infecções. No entanto, se a alimentação for conduzida de maneira correta pode beneficiar os mecanismos de defesa nas fases de prevenção ou recuperação de doenças infecciosas (LIMA; SOARES, 2020).

Evidencia que o comportamento alimentar foi bruscamente modificado pela população brasileira em específico, abordando que a principal motivação para a prática do sedentarismo e da alimentação não saudável foi o desenvolvimento de episódios como ansiedade e depressão nos indivíduos, desencadeando no desejo de alimentos ultraprocessados, incluindo doces, salgados, congelados e entre outros. Combinado com o sedentarismo há o aumento de casos como obesidade e/ou compulsões alimentares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

DURÃES, Sabrina Alves et al. Implicações da pandemia da covid-19 nos hábitos alimentares. Revista Unimontes Científica, v. 22, n. 2, p. 1-20, 2020.

LIMA, Maria Raquel da Silva; SOARES, Ana Cibelli Nogueira. Alimentação saudável em tempos de COVID-19: o que eu preciso saber? Brazilian Journal of Health Review, v. 3, n. 3, p. 3980-3992, 2020.

OLIVEIRA, Laíse Villarim et al. Modificações dos Hábitos Alimentares Relacionadas à Pandemia do Covid-19: uma Revisão de Literatura. Brazilian Journal of Health Review, v. 4, n. 2, p. 8464-8477, 2021.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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