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9 de abril de 2022 às 17:18
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Tratamento e prevenção de anemia na infância: uma revisão integrativa

Autora: Allyce Batista de Jesus Souza


A anemia carencial é a patologia que cerca a grande parte da população de
cidades desenvolvidas e as que estão em desenvolvimento, tornando-se problema de saúde pública. Entretanto, a deficiência ou carência do micronutriente do ferro é responsável por boa parte das pessoas anêmicas, sendo então nomeada de anemia ferropriva. A anemia ferropriva está caracterizada pela deficiência ou ausência do estoque de ferro e de outros fatores etiológicos. Dentre esses fatores etiológicos incluem o fator socioeconômico, as condições muitas vezes precárias no saneamento e a grande prevalência de doenças infecto-parasitárias especialmente as que provocam a perda de sangue crônica. Os sintomas podem começar de forma branda, passando muitas vezes sem ser percebido, enquanto sua forma moderada ou grave inclui alguns sintomas.

A alimentação tem papel fundamental no processo de crescimento e desenvolvimento infantil. A prática alimentar deve ser formada nos primeiros anos de vida e é capaz de impactar no estado de saúde ao longo da vida. A inadequação alimentar pode suceder em agravos nutricionais de saúde pública durante a infância.

O ferro é um micronutriente essencial para um apropriado funcionamento do organismo e tem como função primordial o transporte de oxigênio. Deste modo, a deficiência desse mineral, atinge todas as células do organismo vivo, causando   imunidade.  A anemia ferropriva está caracterizada pela deficiência ou ausência do estoque de ferro e de outros fatores etiológicos. Dentre esses fatores etiológicos incluem o fator socioeconômico, as condições muitas vezes precárias no saneamento e a grande prevalência de doenças infecto-parasitárias, especialmente as que provocam a perda de sangue crônica. Outros fatores de risco como causa da anemia são o baixo consumo de ferro, dietas ricas em fitatos que prejudicam na absorção do ferro pelo organismo, fases de crescimento e a gravidez, sendo então as fases em que nosso corpo precisa ainda mais desse mineral tão importante.

Constituem o grupo de risco para o desenvolvimento da anemia ferropriva: as mulheres em idade fértil, idosos, crianças e adolescentes em fase de crescimento e indivíduos que passaram por cirurgia de redução de estômago. Mas podemos lembrar que qualquer indivíduo pode acarretar essa patologia. Apesar de que a dieta seja o fator principal, não quer dizer que seja o único motivo exclusivo da anemia. Dessa forma, deficiências podem ser manifestadas por infecções parasitárias, perdas excessivas de sangue, por causa de hemorragias agudas ou crônicas por via gastrintestinal ou podendo ser por consequência de menstruações abundantes. Alimentos que são constituídos com o mineral do ferro, podem oferecer dois tipos diferentes desse nutriente: o ferro heme e o ferro não heme.

A fortificação de alimentos é um método em que consiste na adição de micronutrientes a determinados alimentos. Esses micronutrientes, são considerados elementos essenciais para o organismo humano, sendo então, necessário para funções fisiológicas para haver manutenção da saúde.

Diante do caso da anemia ferropriva três estratégias são recomendadas para tratar essa deficiência, entre elas temos a fortificação de alimentos. Dessa forma a fortificação dos alimentos não vem para substituir indispensavelmente a suplementação oral do ferro, ou as orientações sobre dietas ricas em ferro, mas vem com a função efetiva de longo prazo para aumentar as reservas de ferro de uma população. Com estratégias de combater as deficiências nutricionais inclui-se a fortificação dos alimentos, que é apontada como a melhor abordagem para o aumento da ingestão do mineral.

A estratégia de fortificação dos alimentos é mundialmente apontada como recurso prático e que possui melhor custo-benefício nas regiões que essa carência nutricional está prevalente. O processo da fortificação dos alimentos é conhecido como acrescentar um certo nutriente ao alimento de acordo com os parâmetros legais, com o objetivo de reforçar o seu valor nutritivo ou corrigir algum tipo de deficiência em um ou até mais nutrientes da alimentação da população em geral ou dos grupos de riscos.

E por conta dessa anemia ferropriva precisamos repor a quantidade de ferro que nosso organismo necessita, que nesse caso é por suplementação oral de ferro. A suplementação irá depender da idade e a gravidade da patologia.

No intuito de prevenir a anemia nos grupos vulneráveis, o Ministério da Saúde do Brasil (MS) criou, em 2005, o Programa Nacional de Suplementação de Ferro (PNSF). (AZEREDO et al, 2011)

Aqui no Brasil, o Ministério da Saúde possui um Programa Nacional de Suplementação de Ferro (Programa criado em maio de 2005), nele estão incluídas várias formas de políticas públicas que visam a diminuição na prevalência de deficiências nutricionais da população, entre essas políticas existe a distribuição de suplementação para todos os municípios brasileiros, além de ofertarem orientações nutricionais aos indivíduos. A utilização do sulfato ferroso pelo Programa de Suplementação de Ferro é decorrente das recomendações na utilização de sais ferroso, além de ter um valor acessível e com a absorção mais rápida pelo organismo. Sua absorção é maior quando consumido uma hora antes das refeições. Esse Programa Nacional de Suplementação de Ferro consiste em atender um público entre crianças de 6 a 18 meses de idade. Dessa forma, os suplementos são distribuídos de forma gratuita nas unidades de saúde. Acompanhado por alimentos fontes de vitamina C, pelo fato de ser um facilitador da absorção do micronutriente do ferro.

Os artigos avaliados mostraram que a anemia é uma deficiência de preocupação global. Desta forma, é necessário buscar traçar um meio que reduza a anemia ferropriva. Então foi observado a utilização de suplementação medicamentosa oral e a fortificação de alimentos. Ambas possuem o intuito de melhorar a taxa de hemoglobina em que o corpo se encontra. O sulfato ferroso vem como medida custo-efetiva, além de ser um micronutriente com boa biodisponibilidade e entregue de forma gratuita pela rede pública para crianças de 6 a 24 meses de idade, com doses de 1mg/kg/dia de ferro elementar. Por outro lado, temos a fortificação de alimento ou enriquecimento, que vem com uma proposta mais a longo prazo para a prevenção e tratamento das carências nutricionais em diversos lugares desenvolvidos ou que estão em desenvolvimento, sendo de baixo custo para poder ser utilizado por pessoas de todas as classes sociais.

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REFERÊNCIAS

AZEREDO, Catarina Machado et al. Implantação e impacto do Programa Nacional de Suplementação de Ferro no município de Viçosa – MG. Ciência & Saúde Coletiva, 16(10):4011-4022, 2011.

BORTOLINI, Gisele A; FISBERG, Mauro. Orientação nutricional do paciente com deficiência de ferro. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):105-113.

CANÇADO, Rodolfo D. et al. Tratamento da anemia ferropriva com ferro por via oral. Rev. Bras. Hematol. Hemoter. 2010;32(Supl. 2):114-120.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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