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27 de maio de 2021 às 07:23
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Acadêmico: Tuberculose e assistência direta do profissional de enfermagem no âmbito da atenção básica

Autor: ALESSON DA SILVA SOARES

A Tuberculose pode ser conceituada, cientificamente, como uma doença do tipo infectocontagiosa causada em decorrência ao contato com o Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch (BK). Essa patologia apresenta uma sintomatologia aparentemente comum para um paciente lego, no entanto, na realização de consulta com algum profissional adequado, na grande maioria das vezes esses sintomas já norteiam o profissional sobre o quadro clinico de seu paciente e quais possíveis condutas devem ser tomadas de curto, médio e longo prazo. Dentre o conjunto de sintomas, pode-se citar: sudorese noturna, febre vespertina, perda de massa muscular, dor torácica, e principalmente, tosse persistente com expectoração e hemoptise (NOGUEIRA et al., 2012).

Partindo desse pressuposto, esta doença apresenta uma etapa denominada de período de incubação, nela a bactéria já adentrou no organismo, porém passará em média de 04 a 12 semanas para a descoberta, podendo se prolongar para até 12 meses após a infecção inicial. Em relação a sua capacidade de transmissão, a mesma é altamente contagiosa enquanto o paciente estiver eliminando bacilos sem ter iniciado o tratamento para controle (NOGUEIRA et al., 2012). Em casos de enfermidades crônicas, como é o caso da tuberculose, é necessário à garantia da integralidade do cuidado, pela continuidade, e assim, garantir a adesão interrupta ao tratamento. Porém, a adesão ao tratamento para o controle da tuberculose ainda é uma dificuldade quando se fala em redução de casos da doença, mesmo com todos os investimentos em saúde e educação que a classe governante direciona cotidianamente (ASSÍS et al., 2012).

Tendo em vista as premissas supracitadas, esse estudo tem como objetivo principal, elucidar as questões centrais que tangem a tuberculose, sob a luz do contexto histórico, epidemiologia, microbiologia, fisiopatologia da doença e formas de tratamento associado as condições assistência fomentada pela a enfermagem. podendo fazer uma abordagem direta com a incidência do adoecimento por Tuberculose na comunidade. Ainda, essa doença passou a ser considerada como uma praga esquecida dentro do ambiente, mesmo apresentando altos determinantes de morbidade e mortalidade, bem como, as práticas de promoção e prevenção a saúde não são preconizadas para o controle da doença, passando a ser considerado como um caso de negligencia e fragilidade social (VALENÇA et al., 2016).

Nesse contexto, é notório que a tuberculose não se trata de uma doença atual, haja vista que os resquícios históricos apresentados na atualidade demonstram a sua perpetuação e atuação em diversas civilizações e há muitos anos, cerca de 5.000 A.C, sendo considerada por muitos historiadores e infectologistas como sendo uma doença milenar, tendo em vista o seu tempo de existência nas civilizações antigas com repercussões até hoje. Dessa forma, seguindo uma linha cronológica de eventos fomentados pela tuberculose, percebe-se que os primeiros relatos de sua existência patogênica ocorreram no antigo Egito, em que a mesma acometia não somente pessoas de baixa classe social, como ocorre hoje, mas sim faraós e altos sacerdotes demonstrando que naquela época a sua disseminação era letal. Essa descoberta histórica só se fez possível devido o advento tecnológico que ao analisar os restos ósseos das múmias egípcias constataram lesões ossos de algumas estruturas anatômicas, podendo elucidar de fato a sua repercussão epidemiológica em diversas épocas (MACEIEL et al., 2012).

É claro, que outras civilizações também padeceram com essa doença, e os relatos são claros perante a história, não entanto, se faz necessário saltar historicamente e cronologicamente para o período de maior ascensão da doença dentre as épocas, ou seja, o período cujos dados epidemiológicos demonstram uma maior taxa de mortalidade frente a doença, esses dados segundo as perspectivas históricas demonstram que durante todo final do século XVIII e início do século XIX, existiu uma grande concentração de pessoas infectadas pela tuberculose, gerando uma taxa de mortalidade com variação aproximada de 800 por 100.000 habitantes na capital da Inglaterra (MACEIEL et al., 2012).

Assim, para o controle da Tuberculose Pulmonar, a principal medida de intervenção continua sendo o diagnostico e tratamento correto. Nesse sentido, o passo inicial é encontrar o transmissor o quanto antes e assim, oferecer o tratamento que interrompa esse ciclo de transmissão, já que essa é transmitida pelas vias aéreas na grande maioria dos casos, seja pela tosse, fala ou espirro do portador (BRASIL, 2011). Conhecidamente, existem alguns exames para detecção da tuberculose, a exemplo da prova tuberculínica (pt), exames de imagens e o próprio exame físico. Todavia, apenas o teste de escarro é o mais indicado para o diagnostico da doença (NOGUEIRA et al., 2012).O teste de escarro, cientificamente chamada de baciloscopia, irá coletar pequenas amostras de secreções, buscando encontrar o agente nas mesmas. Portando os indivíduos diagnosticados com o teste positivo são definidos como a principal fonte de infecção para os demais, já que se encontram infectados (BRASIL, 2011).

Portanto, faz-se necessário um olhar holístico dos profissionais de saúde no âmbito multidisciplinar e a atenção integral das autoridades públicas em relação a essa classe definida como minoria e que se torna menosprezada pela comunidade externa. No que tange a Tuberculose, faz-se necessário uma reorganização para uma melhoria na saúde e controle de surtos, endemias, epidemias e até mesmo pandemias, ocasionadas pela alta capacidade de proliferação da doença entrelaçada com a exposição da mesma no público. Dessa forma, é primordial a detecção precoce e ativa da doença. Para isso, é importante organizacão para promoção da segurança. Com isso, é cabível a realização frequente de exames de imagem radiológica e laboratorial, bem como testes rápidos para HIV e o teste de escarro.

REFERÊNCIAS:

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Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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