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24 de março de 2021 às 15:42
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Acadêmico: Gestação de risco e assistência de enfermagem a saúde materno e infantil

Autor: José Adelson dos Santos Oliva

O Descolamento Prematuro de Placenta- DPP ocorre através do desprendimento da placenta dentro do útero antes do parto, mantendo a mulher em repouso para que essa consiga transmitir para o bebê, oxigênio e nutrientes. Em condições normais, a placenta só deve se desprender do útero depois que o bebê já tenha nascido. Enquanto o bebê estiver dentro do útero, ele precisa da mesma para “respirar” e se “alimentar”. Portanto, chama-se de descolamento prematuro da placenta quando uma parte desta se desprende da parede do útero durante a gravidez. Cardoso, et al., (2012) ainda aborda que os principais fatores que ocasionam esse problema são: idade materna avançada, uso de drogas, tabagismo, polidrâmnios, além do trauma abdominal, e outros. Consequentemente, a perda de sangue materno (pode causar coagulação intravascular disseminada), comprometimento fetal (morte ou sofrimento fetal), nascimento prematuro e algumas das vezes a sensibilização por Rh, esses mencionados por muitas das situações vem como complicações mais graves para a gestação, sendo como sintomas frequentes o sangramento vaginal, dores abdominais e contrações uterinas.

              Para um diagnóstico precoce, se faz necessário que a gestante ao demonstrar os sinais e sintomas, se direcionar ao seu médico onde será feita a ausculta fetal, além de trazer a ultrassonografia como auxílio para mostrar se há presença de hematomas retroplacentários, estando ciente que mesmo sem apresentar esse achado, não significa que não houve um descolamento, no entanto, exames laboratoriais só serão importantes para detectar coagulopatias. Sendo assim, a conduta diante um desprendimento placentário varia de acordo com a gravidade do quadro, da idade gestacional do feto e das condições clínicas da mãe do bebê, trazendo de imediato a hospitalização, para monitoração dos dados vitais. (ANJOS, et al.,2008) Sendo assim o parto deve ser feito da forma mais rápida possível representada, na maioria das vezes, pela via abdominal. É indicada a amniotomia que por sua vez detém a área de descolamento da placenta, além de facilitar o acesso cirúrgico, evidencia hemoâmnio, diminui a hemorragia e a possibilidade de Coagulação Intravascular Disseminada (CIVD). O parto vaginal deve ser conduzido apenas em casos iminentes e quando houver estabilidade hemodinâmica materna e não houver sofrimento fetal.

São desconhecidas as causas que levam ao desencadeamento dessa patologia, porém, especialistas afirmam que no início da gravidez, novos vasos sanguíneos se desenvolvem e evoluem para enviar de forma eficiente o sangue para a placenta, no entanto, em mulheres com pré-eclâmpsia, estes vasos sanguíneos não desenvolvem adequadamente, limitando a quantidade de sangue que pode fluir entre eles, então as causas que podem ocorrer para a o desenvolvimento dessa anormalidade são: fluxo insuficiente para o útero, distúrbios de pressão alta, danos nos vasos sanguíneo e problema no sistema imunológico (GOUVEIA, et al., 2008)

Consequentemente os fatores de risco que desencadeiam a pré-eclâmpsia, são histórico familiar, primeira gestação, idade (abaixo de 17 e acima de 35 anos), gravidez múltipla, e outros. Além de outras doenças que geram alto risco para o desenvolvimento desta, as doenças que acometem com mais frequência são obesidade, enxaqueca, hipertensão, diabetes tipos 1 e 2, doenças renais, tendência a desenvolver coágulos no sangue e doenças autoimune como: lúpus, a artrite reumatoide e escleroderma (REZENDE, et al., 2011). Sendo assim, Rezende ainda corrobora que, a pré-eclâmpsia grave discorre em seus sintomas podendo associando com a gestante, além do inchaço e ganho de massa corporal, outros sintomas evidentes são pressão arterial superior a 160x110mmHg, dor de cabeça forte, dor no lado direito do abdômen, diminuição da quantidade de urina, sensação de ardência no estômago e alteração na visão, em suma, a gestante apresentando esses sintomas deve ser hospitalizada de imediato para fornecer estabilidade dessas variações do corpo e organismo, controlando a o estado de saúde da mulher, e caso essa apresente entre 33 e 35 semanas de idade gestacional, pode ser feito o parto de forma cesariana, caso seja entre 24 e 33 a mulher será medicada com anti-hipertensivos.

               Levando em consideração a esses aspectos, o tratamento dessa mulher deve se iniciar o quanto antes para garantir a saúde dela e do bebê, necessitando de internação para uso de anti-hipertensivos e de acordo com idade gestacional do bebê poderá ser realizado a indução ao parto por via abdominal (cesariana) (FERREIRA, et al.,2016). Ressaltando ainda que esse tratamento deve ser feito rapidamente pois a gestante que apresenta pré-eclâmpsia poderá ainda apresentar outras complicações como a mais frequente a Síndrome de HELLP, que se não tratada de forma ágil, pode causar danos nos sistemas da mulher, danos fetais ou até mesmo morte de ambos. Em consequência deste, Decherney, et al., (2014) ressalta que a síndrome pode ser confundida com pré-eclâmpsia por apresentar sinais e sintomas bastante semelhantes onde são dor na parte alta ou central do abdome, cefaleia, náuseas, vômitos e mal-estar generalizado, estudos afirmam que cerca de 8% das mulheres que sofrem de pré-eclâmpsia, desenvolvem a Síndrome de Hellp as mulheres que sofrem de doenças crônicas do coração e rim, e pacientes com lúpus e diabetes têm mais predisposição para desenvolver a síndrome. Ainda não existem meios de evitá-la, sendo que somente as mulheres que já desenvolveram essa síndrome, ao engravidarem novamente, poderão se prevenir para diminuir o risco.

REFERÊNCIAS:

ANJOS, G.S; BELONI, M.C.L.; CAMARGOS, P.V.M.; GIOSTRI, P.G.; MOURA, D.V.; OLIVEIRA, P.H.F.; RAMOS, T.S.; ROMANELLI, L.R.; CORRÊA, M.D. Descolamento Prematuro de Placenta (DPP). Revista Médica de Minas Gerais, 2008

CARDOSO, A.S.; FERNANDES, A.V.; TEIXEIRA, D.C.; MOREIRA, F.G.; BOTELHO, F.R.; FARIA, L.; ROMERO, M.N., ANDRADE, T.; KRETTLI, W.S.C. Descolamento prematuro de placenta. Revista Médica de Minas Gerais, 2012

DECHERNEY, A.H., NATHAN, L., LAUFER, N., ROMAN, A.S.; Ginecologia e Obstetrícia. 11.ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

FERREIRA, M.B.G.; SILVEIRA C.F., SILVA S.R.; SOUZA, D.J.; RUIZ, M.T.; Assistência de enfermagem a mulheres com pré-eclâmpsia e/ou eclâmpsia: revisão integrativa. Revista Escolar Enfermagem USP. 2016.

GOUVEIA, H. G; LOPES, M. H. B.; Diagnósticos de enfermagem e problemas colaborativos mais comuns na gestação de risco. Revista Latino-Americana Enfermagem. Ribeirão Preto v.12.  2008. 

MONTENEGRO, C.A.B. REZENDE, J.; Obstetrícia Fundamental. 12ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

ZIEGEL, E.E.; CRANLEY, M.S.; Enfermagem obstétrica. 8ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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