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23 de março de 2021 às 20:27
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Acadêmico: Diabetes mellitus e obesidade fatores que influenciam na assistência de enfermagem

Autor: José Adelson dos Santos Oliva

 Diabetes Mellitus é provocado por uma carência do hormônio de insulina total ou parcial, em metabolizar alguns nutrientes. A insulina faz o transporte da glicose para o interior das células que irão ser usadas como fonte de energia ou armazenada em forma de glicogênio. Além disso, estimula a síntese proteica e armazena os ácidos graxos livres nos tecidos adiposos. Essa deficiência acarreta no acesso dos tecidos do organismo aos nutrientes eficazes utilizados como combustível e reserva (HALL, 2011).

Existem duas formas principais da doença se manifestar, o Diabetes tipo I que é caraterizada pela insuficiência absoluta, e o tipo II mais prevalente, caracterizada por uma resistência à insulina com graus variáveis de anormalidades na secreção de hormônios, o que provavelmente Santana apresenta. O tipo II geralmente costuma acometer pessoas adultas obesas após os 40 anos, embora jovens atualmente já estão sendo diagnosticados com o Diabetes tipo II (LIBERMAN. 2015).

         Sua incidência aumenta consideravelmente com a idade de cada indivíduo, sendo que suas manifestações clínicas e epidemiológicas além das citadas, apresentam tendência para adultos com fatores genéticos, histórico familiar, fatores associados como a hipertensão arterial, sedentarismo, má alimentação, etilismo e tabagismo, processo de selenidade, estresse fisiológico ou emocional, alguns fármacos incluindo os diuréticos, corticoides, anticoncepcionais que antagonizam os efeitos da insulina (FILHO, 2013).

O processo de desenvolvimento dessa patologia segundo Brasil (2013) é deliberado como um defeito na metabolização de insulina na ilhota pancreática, dificultando a capacitação de glicose na corrente sanguínea e nas formas de como o ATP será produzido. Sendo mais especifico, afirma que o indivíduo com DM do tipo II apresenta resistência aos efeitos da insulina durante a entrada de glicose na célula, por meio dos receptores de membrana celular GLUT-4, não produz quantidade de insulina necessária para que exista uma manutenção dos níveis de glicose satisfatórios na corrente sanguínea, os valores normais da glicemia percorrem de 80 mg/dL a 110 mg/dL em caso de não ingesta de alimentos e  até 140 mg/dL  em situações pós prandial, ou seja, com ingesta de alimentos.

A obesidade está correlacionada diretamente como fator de risco para DM, estando relacionada ao excesso de gordura corporal, levando a um aumento do índice de massa corporal (IMC) capaz de atingir a saúde do ser humano, como está visível no caso. É valido mencionar, que sua etiologia é multifatorial, envolvendo tanto aspectos ambientais, fisiológicos, metabólicos, comportamentais, sociais e culturais. Podem ser separados em vários níveis definidos de acordo com os parâmetros de avaliação estabelecida pelo cálculo do IMC. Diante desses efeitos, sinais e sintomas são observados em pacientes que apresentam DM, sendo os mais característicos: a poliúria, polidipsia, polifagia e perda de peso inexplicável, sendo estes considerados os 4P clássicos da diabetes mellitus tipo II (BOUNDY, 2004).

É importante ressaltar, que os clientes diabéticos tem maior propensão a adquirir doenças cardiovasculares como hipertensão, infarto, acidente vascular encefálico, sendo também a principal causa de insuficiência renal e cegueira. Nesse contexto, o diagnóstico precoce é primordial para redução de danos. O tratamento do Diabetes tem como objetivo reduzir os níveis de glicose sanguíneo e complicações. No tipo I com a reposição de insulina, dieta e exercícios, no tipo II com dieta planejada para atender suas necessidades nutricionais como aplicada pela nutricionista, a qual solicitou dieta hipocalóricas, hipolipidica, hipogliceridicas e hipossódica. Diante desta, conseguirá manter o peso corporal, evitar complicações, controlar níveis glicêmicos e por meio de agentes antidiabéticos orais para estimular a reposição de insulina endógena, aumentar a sensibilidade à insulina no nível celular e retardar a absorção dos carboidratos. Nas complicações tardias o tratamento pode incluir diálise ou transplante de rim para os clientes com insuficiência renal (BOUNDY, 2004)

Nessa perspectiva, deve-se orientar quanto a nutrição adequada, individualizada de acordo com as necessidades para idade, sexo, estado fisiológico e metabólico, atividade física e doenças intercorrentes, atentando aos hábitos socioculturais, situação econômica, a fornecer energia em quantidade suficiente para redução e manutenção do peso corporal adequado. Nesse sentido, é recomendável um plano alimentar fracionado em seis refeições diárias a qual colabora para controle da saciedade atuando na diminuição e manutenção do peso corporal, em horários regulares para evitar hipoglicemia, consequência de longo período de tempo sem glicose no organismo. Percebe-se, então que o diabetes mellitus é uma doença que requer mudanças no estilo de vida que duram por toda a vida, sendo que seu tratamento poderá envolver terapia nutricional, medicações diárias, se necessárias, exercícios físicos programados, automonitorização da glicemia, cuidados com o corpo e educação em saúde continuada (BRUNNER, 2014).

Referência Bibliográfica:

BOUNDY, Janice. Enfermagem médico-cirúrgico. Tradução Calos Henrique Cosendey; revisão Sônia Regina Souza. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso Editores, 2004.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.

BRUNNER, S. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. –Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.

FILHO, Brasileiro G. Bogliolo. Patologia geral. Rio de Janeiro, Guanabara, 5ed. Koogan, 2013.

LIBERMAN, Daniel; A história do corpo humano: evolução, saúde e doença. 1ª.Ed. Rio de Janeiro: Zahar, 2015.

HALL, John E.; Tratado de fisiologia médica. 12ª.Ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011.

ROSSANEIS, Mariana Angela et al. Fatores associados ao controle glicêmico de pessoas com diabetes mellitus. Ciênc. saúde coletiva [online]. 2019, vol.24, n.3 [cited 2020-11-12], pp.997-1005.

ZANETTI, Maria Lucia; et al. Adesão às recomendações nutricionais e variáveis sociodemograficas em pacientes com diabetes mellitus. Ver Esc Enferm USP, 2015.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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