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19 de março de 2021 às 20:12
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Acadêmico: História da enfermagem e desafios enfrentados pela profissão: um olhar sobre o aprendizado da profissão

Autora: Leila Daiana do Rosário Santana

O estudo da história de um modo geral permite o entendimento dos fatos e da compreensão de eventos que demarcam diversas épocas, dentro desse entendimento e alinhado ao contexto de formação acadêmica, percebe-se que existe uma importância significativa entre o estudo da história da enfermagem e as bases primordiais para o cuidado. Nesse ponto, nota-se que a mesma denota a problematização do passado da profissão contribuindo de forma direta para a sustentação de seu conteúdo científico, e técnica até os dias atuais, permite ainda que seja analisada os múltiplos percursos percorridas pela profissão para a justificativa científica empregada para as bases do cuidar, claro a importância de seus personagens para a profissão. Tendo na história da enfermagem elementos chaves para a formação e incumbência do enfermeiro na atualidade (OGUISSO; CAMPOS, 2013).

No que se remete a história da enfermagem e os preceitos estabelecidos pela origem do cuidar, percebe-se que ela é mais antiga do que se imagina, o ato do cuidar frente as bases literárias vão desde a premissa básica, da mãe que cuida do filho ou de seus familiares até aqueles embasados por cuidados não institucionalizado, haja vista que antes da inserção do homem em sociedade essa ideia de institucionalização ainda não existia. Assim, o cuidar dos enfermos estava atrelado diretamente com o entendimento da doença, ou seja, castigos e demônios que assolavam o corpo e a alma, por isso, o cuidar era inerente a aquele que possuía poderes inequaliaveis. Associado a isso percebe-se que o cuidado de moldou ao longo da história e de cada época, na era pré-cristã o cuidado era embasado por aspectos culturais de cada lugar, sendo cuidados por sacerdotes, por práticas orientais e conhecimentos empíricos (GONÇALVES; SILVA, 1998; OGUISSO; CAMPOS, 2013).

No ocidente esses conhecimentos eram abrangidos muitas das vezes pelo ensinamento de hipocrates, considerado pai da medicina. Outra época de grande influência na prática do cuidar, foi a cristã, em que os avanços do cuidar passaram a ser entendido como obra de caridade e essenciais para humanidade já que a religião acompanhada pela ingeria católica assegurava esse direito essencial para a salvação. Assim, de fato a enfermagem apesar de se moldar em todas essas épocas, se consolidou como ciência, após o desenvolvimento de suas teorias, as quais alicerçam todo conhecimento necessário para justificar as ações a serem realizadas e não meramente um conjunto de técnicas ensinadas por médicos ou feitas de maneira empírica passada por geração. Sendo ainda que as construções dessas teorias ao longo dos anos não anularam as anteriores apenas complementaram suas bases para a plenitude da profissão (GONÇALVES; SILVA, 1998).

Desse modo, o conhecimento gerado a partir das análises iniciais no contexto da idade média serviu como alicerce para as práticas atuais do cuidado em enfermagem e a sua evolução no campo científico. Pautada, em uma discussão sobre os conhecimentos empíricos, é notório que os autores elucidam as questões dos curandeiros, os quais por desfrutarem de um conhecimento de primórdio científico, eram tidos como bruxos e por isso padeciam dos devaneios impostos pela igreja católica, tendo em vista que suas ações vão em desencontro com aquelas pregadas e arraigadas pelo contexto social. Nesse ponto, o autor destaca que na ciência muitas descobertas se dão com a ajuda do acaso, e com a descoberta dos métodos para controle da infecção e tratamento de diversas enfermidades a nível social, muitos indivíduos precisaram ser expurgados do meio, por contrariar os conhecimentos e detentores destes em uma época considerada obscura (OGUISSO; CAMPOS, 2013).

Seus preceitos esclarecidos no âmbito profissional buscaram entender os preceitos filosóficos de indagações pautadas em respostas científicas de o que fazer? Por que fazer, como fazer?. (OGUISSO; CAMPOS, 2013). Dentro dessa construção científica, nota- se as contribuições de Florençe, a qual é uma mulher muito a frente de seu tempo, a percursora da enfermagem moderna, a qual gatilhou a primeira teoria de enfermagem, denominada como ambientalista, uma vez que, assim como os primeiros estudos sobre adoecimento denotava a sua causa ao ambiente, Florence ao notar as condições de saúde da época, passou a enxergar mecanismos de melhora do quadro de saúde dos enfermos, mantendo a higiene dos mesmos e de suas vestes e roupas de cama, bem como favorecendo a entrada de ar nos hospitais onde desempenhou trabalho durante a guerra da Crimeia, a sua visão holística sobre essas condições contribuíram para a diminuição de mortalidade e muitas das vezes de amputações oriunda de mutilações da guerra (COSTA et al., 2009).

  Com o fim da guerra da Crimeia, a enfermagem moderna ganhava raízes cientificas por toda a Europa, as contribuições de Florence, permitiu do que se chama modelo Nightingale e sistema de ensino em enfermagem Nightingale, em que foi difundidos manuais técnicos que serviam como base o treinamento das enfermeiras guiadas por Florence, bem como e preparo sustentação dos procedimentos realizados, foi a partir de Florence que surgiu a prescrição anotada propriamente dita, para que o enfermeiro mais tarde não sofresse- sanções e culpas medicas, tão pouco ser denotado como empregados destes (OLIVEIRA et al, 2007).

De posse disso, e como forma de reconhecer a história da enfermagem no Brasil, tem se a figura de Ana Nery, também é uma mulher muito além do seu tempo, e como Florence auxilio na luta dos doentes frente a guerra, e através de técnicas especificas embasadas por ainda conhecimentos empíricos, fomentou essas questões ambientalistas de cuidado baseado em higiene. As contribuições dessa mulher foram tão fervorosa para a saúde dos soldados brasileiros na guerra e para engajamento da enfermagem enquanto ciência e profissão, que apesar de baiana, uma escola de enfermagem foi fundada no Rio de Janeiro, para formar novas enfermeiras, sendo estas formadas por enfermeiras, e não por médicos, para que as atribuições da enfermagem, não fosse de empregado do médico. Além disso, engaja suas atribuições nas mais variadas interpretações, o enfermeiro hoje tem atribuição de interpretar exames e realizar. (GONÇALVES; SILVA, 1998).

OGUISSO, Taka; CAMPOS, Paulo Fernandes de Souza. Por que e para que estudar história da enfermagem? Enfermagem em Foco; Vol. 4, n 1, pág. 49-53, 2013.

GONÇALVES, Alda Martins; SILVA, Roseni Rosângela. Assistir/cuidar na enfermagem. Belo Horizonte, Rev. Min. Enf., Vol. 2, 2-8, jan./jun., 1998.

COSTA, R; et al. O legado de Florence Nightingale: Uma viagem no tempo. Florianópolis, Out-Dez; 18(4): 661-9; 2009.

De Oliveira VL, Schubert Backes VM, Coelho MI, De Cezar MR. Evolução do conhecimento científico na enfermagem: do cuidado popular à construção de teorías. Invest Educ Enferm. 2007; 25(2): 108-115.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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