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24 de novembro de 2020 às 13:36
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Acadêmico: A atuação da enfermagem na linha de frente para o combate da COVID-19

Joice de Jesus Conceição

Graduanda em bacharelado em Enfermagem

            No ano de 2020 o mundo se deparou com uma doença ainda não conhecida, um vírus que surgiu no final de 2019 na China, mais especificamente na cidade de Wuhan sendo detectado no dia 31 de dezembro e um mês depois já foi considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma emergência de saúde pública de importância internacional (BRASIL, 2020). Com o passar dos meses a situação foi se agravando e o vírus se espalhou por muitos países, chegando ao Brasil em março de 2020, tornando-se assim uma pandemia que exigiu cuidados rigorosos da sociedade, como o isolamento social.

            No momento da publicação deste artigo (novembro de 2020), no Brasil já haviam sidos diagnosticados mais de 5.567.150 casos e 160.548 mortes pela COVID-19, já no mundo os dados são bem maiores, já foram registrados 47.458.222 casos e 1.214.645 mortes já haviam sido registradas até o início do mês de novembro (JHU CSSE, 2020). Com isso, todos os médicos e enfermeiros entraram na linha de frente para lutar no combate a pandemia do COVID-19, passando por muitas situações de risco para proporcionar atendimento à saúde da população.

            De acordo com Oliveira (2020), foram mais de 2 milhões de profissionais trabalhando no período de quarentena, incluindo enfermeiros, técnicos de enfermagem e auxiliares. Miller, Pierson e Doernberg (2020) explicam que existiram algumas medidas tomadas pelo governo para liberar estudantes de enfermagem, adiantando a conclusão da sua graduação para atuarem na linha de frente. Além disso, vários hospitais de campanha foram criados para dá suporte ao atendimento, assim como novos equipamentos foram enviados para os hospitais, e mesmo com essas medidas o Concelho Federal de Enfermagem chegou a receber aproximadamente 3,6 mil denúncias relacionadas a má qualidade dos equipamentos de proteção individual (OLIVEIRA, 2020).

            Segundo o Concelho Federal de Enfermagem (COFEN, 2020), os enfermeiros entraram na linha de frente não só por suas capacidades profissionais e estudos preparatórios, mas também por estarem em um grande números de profissionais, se tornando o maior grupo do país na área da saúde, e também por prestarem seus serviços aos pacientes durante 24 horas por dia. Dessa forma, por mais que todos os profissionais da área da saúde usassem os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), os enfermeiros são os que corressem mais riscos durante os atendimentos, por permanecerem mais tempo ao lados dos pacientes possivelmente infectados, ou já diagnosticados com a COVID-19.

            O que mais entristece a área profissional citada, é que apesar da maior vulnerabilidade ao vírus, eles tem os salários baixos e encaram a não valorização da sua classe. Mesmo com isso, fizeram toda a diferença, se dedicando dia a dia para o combate da COVID e passando por desafios a cada momento que a pandemia se avançava. Com a crise sanitária que ficou ainda mais evidente durante a pandemia, os profissionais de enfermagem do Brasil mostraram sua força e compromisso com as comunidades, e mesmo estando em carência com o número necessário de enfermeiros, deram seu melhor nos tempos mais críticos vivenciados nas últimas décadas.

Corroborando com Miller, Pierson e Doernberg (2020), é notável como ainda existem pontos que devem ser melhorados nesta área de atuação da saúde, assim como nas políticas públicas do país. Dessa forma, os profissionais de enfermagem se tornaram protagonistas no combate ao COVID-19, mas ainda são necessárias muitas implementações nesta categoria para eles receberem a atenção e os direitos que merecem.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico COVID-19, n..3. 2020. Disponível em: https://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2020/fevereiro/21/2020-02-21-Boletim-Epidemiologico03.pdf. Acesso em 01/11/2020.

Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). Portaria COFEN nº 251 de 12 de março de 2020: cria e constitui o Comitê Gestor de Crise. Brasília: COFEN; 2020. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/portariacofen-no-251-de-12-de-marco-de2020_77868.html. Acesso em: 03/11/2020.

JHU CSSE. Novel Coronavirus (COVID-19) Cases. Novembro de 2020. Disponível em: https://systems.jhu.edu/research/public-health/ncov/. Acesso em 01/11/2020.

OLIVEIRA, A. C. Desafios da enfermagem frente ao enfrentamento da pandemia da COVID-19. Revista Mineira de Enfermagem, abril de 2020. Disponível em: https://www.reme.org.br/artigo/detalhes/1448. Acesso em 02/11/2020.

Miller DG, Pierson L, Doernberg S. The role of medical students during the COVID-19 pandemic. Ann Intern Med. 2020. Disponível em: https://doi.org/10.7326/M20-1281. Acesso em 02/11/2020.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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