Bom dia • 29/04/2024

2 de julho de 2019 às 19:53
Sem comentários
Comente agora

KOISAS DA POLITIKA – EM 15 MESES DE GOVERNO, CHEGOU PRA RESOLVER?

15 MESES DE GOVERNO

Belivaldo assumiu o poder em caráter definitivo no dia 1º de abril de 2018, em face da renúncia do governador Jackson Barreto que entregou-lhe o cargo para disputar um mandato de Senador da República. O seu governo completou na segunda-feira, dia 1º de junho,  exatamente 15 meses de duração. 

Desde aquele já distante 1º de abril,  Sua Excelência tornou-se chefe do executivo estadual, e não consta que em todo esse período em que governa com diário oficial e tudo o mais à sua disposição, tenha se afastado do cargo.

Pelo contrário, tendo vivido,  e conhecido a intimidade da máquina estatal, apesar da quebradeira anunciada, encantara-se com sua magnitude e influência, passando  desde então a manobra-la com requintes profissionais e estratégias bem planejadas. Usou-a com a ajuda de sua caneta bic pra marcar, em ritmo alucinante, a inauguração de obras e pra dar ordens de serviço em municípios e povoados que lhe pudessem dar votos; nomear com uma voracidade eleitoreira impressionante, como é do seu mais novo estilo, cabos eleitorais e apaniguados políticos, dando-lhes como única obrigação dedicarem-se com afinco à sua campanha para reeleger-se governador. 

No entanto, o seu marketing, para dissimular um prazo menor de governo distribui releases divulgados pela mídia, contando maravilhas que aconteceram nos últimos 6 meses, omitindo o período anterior, de 9 meses, entre abril e dezembro de 2018, tempo em que governou sem nenhuma interrupção.

Deve-se assinalar que, no tempo compreendido entre janeiro de 2015 até abril de 2018, ele e o seu antecessor fizeram tudo juntos, a quatro mãos, como costumava dizer em tom de agradecimento o ex-governador Jackson Barreto. 

Só se fala nos primeiros 6 meses da “nova” gestão. O período anterior de 9 meses que, somado ao atual, é igual a 15 meses de governo, não entra na conta. 

POR QUE ESCONDER A DATA DO INÍCIO DO GOVERNO?

Por que motivo o  governador está naquela de  convencer aos menos exigentes, que esqueçam os 9 meses de governo do ano de 2018 D.C.?   Perguntar não ofende,  sua excelência exerceu ou não exerceu com todas as formalidades legais o poder que lhe dera o seu antecessor ao renunciar? Não creio que alguém teria ocupado esse espaço em seu lugar pelo seu estilo concentrador com viés autoritário. 

Então, seria  porque quem lhe passara  a faixa caiu em desgraça aos olhos dos eleitores?  Seria para evitar mais algum desgaste que pudesse contaminar a sua caminhada? Afinal, se o governo do seu antecessor não valeu a pena, apesar de seu intenso protagonismo em todas as decisões, por que então assumiu no seu lugar com todos os poderes que a Constituição lhe garantia em 1º de abril do ano passado, inclusive com o ônus do desgaste? 

Ou será que ele quer que o povo esqueça o que fez no ano passado pra ganhar as eleições, quando ultrapassou a linha divisória do bom senso, e deu motivo à procuradoria eleitoral para  pedir a cassação por inteiro da chapa de governador e vice, cuja denúncia está pendente de julgamento no TRE?

MOSTRAR O QUE FEZ E INCUTIR OTIMISMO 

Já é tempo de o governador Belivaldo mostrar o que fez em 15 meses. O povo pode perder a paciência e começar a fazer lorota de seu marketing de campanha de que “chegou pra resolver”.

Tem que começar a espalhar otimismo e confiança com ações concretas de governo. É pura invencionice ou conversa para inglês ver, para ganhar tempo e afastar cobranças, utilizar-se da descoberta do gás natural na costa sergipana pela Petrobras, como premissa para resolver problemas graves de nossa economia e da gestão administrativa atual.

Vai ser lá pelo ano de 2023, quando ele deixar o governo, que essa riqueza na plataforma continental dará resultados em favor do Estado com o recebimento dos primeiros royalties.

A HIBERNAÇÃO DA EMSETUR

O caso da hibernação da Empresa de Turismo de Sergipe (EMSETUR), anunciada em entrevista bombástica do governador, trata-se de uma notícia que não convence.

Como há um evidente fracasso na política de turismo no Estado, procura-se acusar a empresa como única culpada pelo fato de Sergipe ser o lanterninha no roteiro de viagens para o Nordeste.

Se é para fazer economia de gastos, ao invés da extinção pura e simples de uma empresa que tem 48 anos de existência, o melhor seria acabar com a Secretaria de Turismo, deixando sobreviver o seu braço operativo. 

Para dirigir a empresa o governo poderia convocar um grupo  de técnicos para compor a sua diretoria com a missão  de impulsionar a nossa indústria sem chaminés que, ultimamente, sofre por falta de um incentivo maior das autoridades governamentais, tanto do Estado como da Prefeitura de Aracaju. 

Foi um absurdo aquela nomeação de um ex-prefeito do interior, o qual declarou sem a mínima cerimônia que a partir daquele ato (o de sua nomeação) seria o coordenador da campanha política da reeleição do governador Belivaldo. E, logo em seguida, a escolha de outro grupo político para a Secretaria de Turismo e Emsetur, sem a menor experiência na área, com o único objetivo de fazer uma alavancagem eleitoral no município de Nossa Senhora do Socorro para compensar a perda do PDT que saiu das hostes do governo. 

Destruir a Emsetur alegando que deseja dar um tratamento mais técnico ao problema do turismo em Sergipe, é um bom discurso político, mas não é uma boa solução.

Se é também para aplacar os ânimos e a decepção reinantes no meio do trade turístico que se dê apoio ao setor sem que a interferência da política prejudique o seu bom andamento.

Embora não concordando com o meio para resolver (acabar com a Emsetur), concordo com a idéia que surge, ainda que tardia, de se despolitizar  o setor turístico do Estado, o qual, há bem pouco tempo só era utilizado prioritariamente como instrumento para atender aos arranjos e conveniências do momento eleitoral. 

Ao invés de cargos em comissão para preencher sua carência de pessoal técnico,  muito melhores resultados poderão ser alcançados agindo para fortalecer  a Emsetur.  Caso o governo decidisse pela sua permanência criaria para ela uma estrutura leve, enxuta, moderna e eficiente, como por exemplo, abrindo concurso público para arregimentar servidores com especialização em turismo,

A  Emsetur,  ao longo de sua história teve dirigentes valorosos que se destacavam pela sua atuação meramente técnica, a exemplo de  José Sales, Luiz Eduardo Costa, Mozart Santos e José Roberto de Lima Andrade. 

CRUZAR OS BRAÇOS E CULPAR OS OUTROS PARA VER O QUE ACONTECE

De outro lado, o nosso povo precisa ser muito benevolente ou muito paciente para saber esperar e  entender o que quer dizer o governador com o seu plano estratégico de governo de que só vai surtir efeitos no ano de 2055 …

Qual o plano do governo para resolver nos próximos anos, até 2022, dentro do governo Belivaldo, a crise financeira que assola Sergipe? A situação das estradas intransitáveis, a falta de investimentos estruturantes, as obras inacabadas, a defasagem dos salários dos servidores, o atraso da folha, até quando? 

Apenas culpar o governo federal pelos males que aqui acontecem não resolve. Esperar que o Congresso crie uma fórmula milagrosa, inclusive dentro da reforma da Previdência para salvar da debacle completa o nosso Estado, e não ter coragem de reunir a bancada federal sergipana para pedir-lhe apoio com medo de não ter votos, ou não encontrar receptividade (como ele vai abordar esse tema com o PT, seu aliado no governo, que radicaliza contra a reforma da Previdência?) –   é colocar no colo dos outros a solução de problemas que nos afetam, e ao seu próprio governo.

Resultado: se faz de broco, cruza os braços, preferindo que o céu mande uma solução.

O governador de Sergipe surpreende em matéria de maquiavelismo. Sem querer ofendê-lo, tenho quase certeza que Belivaldo não leu a obra do grande filósofo e estadista florentino, Nicolau Maquiavel, a não ser que tenha dele recebido mensagens do além, ensinando-lhe intricadas práticas da política, mas aprendendo as regras de oPríncipe, de forma um tanto quanto subvertida, aplicando-as indistintamente contra aliados e adversários, sem dó e sem piedade. 

Se cada um fizer a sua parte, vai dar tudo certo. Ninguém pode fugir de sua responsabilidade nem de suas promessas, quanto mais o governador que apareceu na TV durante a campanha jogando confetes no eleitorado, talvez divertindo-se por antecipação da boa fé de milhares de eleitores que acreditaram piamente de que elechegou pra resolver. 

Que o slogan da campanha mais cedo ou mais tarde se efetive para o bem de Sergipe. Torço, do fundo do coração, que, num prazo o mais curto possível, assoprem os ventos da bonança. O nosso povo precisa. 

ACV

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

BANNER_HOME- NOTICIAS-VENDE

Comentários

Seja o primeiro a enviar uma mensagem