Bom dia • 14/06/2025
Aluno Daniel Paulo do Nascimento Neto
A Capela de Nossa Senhora do Patrocínio surgiu em meio a confrontos políticos e disputas territoriais entre Bahia e Sergipe, no início do século XIX. Uma vez que a existência do Engenho Coité nas matas de mesmo nome. Uma região fronteiriça com a cidade sergipana de Anápolis (atual Simão Dias), que nos idos de 18340, já consistia em uma região com considerável desenvolvimento.
Os conflitos de jurisdição foram motivados de início, por questões religiosas; uma vez que, não ausência de templo religioso e de sacerdotes que ministrassem os sacramentos cristão, os trabalhadores do Engenho Coité e os pequenos proprietários de terra frequentavam a capela de Sant’Ana, em Anápolis. Em consequência disso, as terras do Coité e seus moradores passaram a ser incluída nos limites territoriais da dita paróquia sergipana; provocando a ira dos senhores de terras do Coité e dos representantes políticos administrativos de Jeremoabo, termo ao qual pertenciam as terras do Coité.
A solução encontrada para evitar maiores desgastes na relação entre as províncias foi à construção de um templo religioso no lado baiano; de modo que a população fosse assistida em suas necessidades de fé, em terras do coité, evitando assim, que estes recorressem à capela de Sant’Ana, e consequentemente a perda do território.
No ano de 1846, o Major José Antônio de Menezes, financiou e deu início à construção da capela que foi denominada de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité; no local onde hoje está localizada a Igreja matriz. Com a construção da capela e surge um novo núcleo populacional em seu entorno, que foi denominado Malhada Vermelha, pelo fato de se tratar de uma área desmatada, onde o solo avermelhado exposto contrastava a paisagem sertaneja.
A partir da construção da capela surgiu uma nova perspectiva para toda a comunidade da Malhada Vermelha, sendo elevada à paróquia pela lei provincial nº 1.168, de 22 de maio, de 1871; desmembrada da Paróquia de Bom Conselho dos Montes do Boqueirão, atual cidade de Cícero Dantas.
Existindo por parte dos moradores da Malhada Vermelha o pensamento de emancipação política, concretizado 40 anos depois, em 01/05/1886 pela lei provincial n. 2.553; passado assim a denominar-se Vila de Nossa Senhora do Patrocínio do Coité. A instalação do município se deu em 01/02/1888, tendo ainda mais uma alteração no nome em 30/03/1931 para Paripiranga, que permanece até os dias atuais.
No período, a administração paroquias estava atrelada aos registros manuscritos, e o livro do tombo consistia na principal instrumento administrativo da paróquia, nele estavam registradas todas as atividades dos párocos e todos os atos sociais e administrativos. Neste contexto, vamos refletir sobre a importância do valor e utilidade do Livro Tombo no cotidiano das comunidades.
O controle dos visitadores, o registo paroquial, a feitura dos tombos das Igrejas e a criação de outros instrumentos para o governo eclesiástico-paroquial e social dos fregueses. Através dos quais se afirma o poder do pároco sobre todo o espaço da igreja, que corresponde ao toda á povoação na qual está inserida e assim, a definição do poder e direito paroquial sobre um domínio e um território bem delimitado pelo Tombo.
A prática de uma tutela eclesiástica – dos visitadores em atos de visitação – que apoia e vigia o exercício do poder paroquial, como elemento de suporte fundamental do exercício do poder eclesiástico e espiritual e administrativo da Igreja; porém, dada às distâncias geográficas e ás dificuldades de acesso e comunicação entre as regiões mais povoadas da Província e as terras as pequenas povoações que se formavam no sertão baiano, esse processo de visitação e acompanhamento, quase não ocorreu, sendo que a maioria dos párocos passavam anos sem contato direto com seus superiores representantes da cúria.
No livro do tombo nº 01, da paróquia de Nossa Senhora do Patrocínio, encontram-se registros da Caminhada espiritual que busca a transmissão de valores e referentes espirituais que a ligam à realização do plano divino no território da sua comunidade paroquial onde elementos como o culto dos mortos, mas também dos santos, são atos marcantes desta religiosidade paroquial. As suas instituições sócio-religiosas são, pois, elementos essenciais à constituição e realização de síntese de identidade e transcendência superior deste corpo místico paroquial, que articula a vida terrena e espiritual e liga a história humana da paróquia e seus paroquianos à divina.
Atualmente, cresce mais e mais a valorização desse livro, em função de diversas pesquisas que precisam ser feitas para o histórico das Paróquias e de Administração Paroquial. Infelizmente, em algumas paróquias há negligência ou mesmo omissão quanto à necessidade de registros no Livro Tombo.
Com a chegada da República as medidas para concretização do estado laico, aspiraram-se os conflitos entre igreja e poder público local, que o Padre Vicente abandonou a paróquia sob ameaças de morte ou expulsão e humilhação pública.
Em 1900 veio um Cônego, ou seja, um padre, participante do colegiado de uma catedral ou de uma igreja e trabalha na administração da mesma, Padre Dr. João de Matos Freire de Carvalho. Nascido em 11 de outubro de 1865, na Fazenda Baixão, município de Simão Dias. Formado em Direito Canônico pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma; regressou a Simão Dias em 1889, foi nomeado Vigário de Patrocínio do Coité em substituição ao Padre Vicente Valentino da Cunha, onde permaneceu por 47 anos, até a sua morte. Foi responsável pela consolidação do catolicismo e a influência da igreja na cidade; muito respeitado pelos paroquianos por sua intelectualidade e dotes de bom orador e escritor habilidoso.
Graças ao Cônego João de Mattos, Temos acesso a valiosas informações acerca do passado da paróquia, sua estrutura administrativa e eclesiástica. O terceiro Pe. Renato de Andrade Galvão, o quarto Pe. Renato Mendonça, quinto Pe. Manoel Magalhães de Araújo, o sexto Pe. João Evangelista de Carvalho o mesmo deixou o sacerdócio e constituí família no município, o sétimo padre foi José Renato Varjão que também deixou o sacerdócio e casou-se tornado também médico, o oitavo Padre foi João Felix no ano de 1988 o nono padre foi Gilmar Maranduba Costa Conceição que foi responsável por a reforma da igreja matriz o decimo padre e atual e João Batista Ferreira que inicio na paroquia em 2008.
Hoje Paripiranga, antes Patrocínio do Coité e mais antigamente Malhada Vermelha. A Igreja Nossa Senhora do Patrocínio é a matriz da paróquia de mesmo nome. A construção atual data de 1888. Nos seus primórdios, a povoação de Malhada Vermelha foi premiada pelo cidadão José Antônio de Menezes, que construiu uma capela sob a invocação de Nossa Senhora do Patrocínio, filiada à freguesia de Nossa Senhora do Bom Conselho dos Montes do Boqueirão. A dita capela foi elevada à categoria de freguesia pela Lei provincial número 1168, de 22 de maio de 1871, completando agora 145 anos de existência, dedicada a Nossa Senhora do Patrocínio. De acordo com Candido, “a herança que alimentava a vida religiosa dessa gente não se pode compreender sem o prévio reconhecimento do modo como se organizou no espaço e no tempo. A agricultura era o principal meio de sobrevivência” .
O povoamento da área foi um processo de dispersão por longes remotos, fato que diretamente comprometeu o projeto paroquial. O serviço religioso, de tempos em tempos, esteve restrito a administração de sacramentos. “A catequese ou educação para fé, entendida como memorização das verdades a crer e dos preceitos a cumprir” . O importante era submetê-lo a fé segundo o discurso dos doutrinadores. As relações de caráter religioso não estavam subordinadas aos limites paroquiais e sim as possibilidades concretas de deslocamento do povo. Era visível o distanciamento entre o Pároco e os cristãos, apesar da crescente redução dos limites paroquiais e da interiorização de pequenas capelas para o culto.
A igreja também desenvolvia as “Santas Missões”. A missão é um crescendo que alcança o clímax pelo seu dinamismo, pela expressividade dramática, geradora de fortes emoções, de decisões intempestivas e generosidades imprevisíveis. Destonou-se preferencialmente as populações rurais, alimentadas por uma cultura oral, em que o índice de escolaridade era inexpressivo.
Portanto, uma cidade belíssima e suas história essa e Paripiranga –Ba sua festa de Nossa Senhora do Patrocínio é realizada na última semana do mês de novembro, com a participação de toda gente, numa demonstração de fé e devoção à Padroeira, sua gente e seus mitos.
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense