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29 de maio de 2025 às 06:32
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CONTAS PÚBLICAS: Dívida Pública Federal encerra abril em R$ 7,617 trilhões, aponta Tesouro Nacional

O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses caiu de 11,70% ao ano, em março, para 11,62% anual, em abril; prazo médio subiu de 4,12 para 4,17 anos


O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) encerrou abril em R$ 7,617 trilhões, representando alta de R$ 108,31 bilhões em relação a março (R$ 7,508 trilhões), ou seja, elevação de 1,44%, em termos nominais. Essa variação reflete apropriação positiva de juros de R$ 68,33 bilhões e emissão líquida de R$ 39,98 bilhões, explica o Tesouro Nacional.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) teve seu estoque ampliado em 1,55% (termos nominais), ao passar de R$ 7,199 trilhões (março) para R$ 7,310 trilhões, em abril. Essa movimentação ocorreu devido à apropriação positiva de juros de R$ 70,30 bilhões e emissão líquida de R$ 41,42 bilhões.

Com relação ao estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe), houve variação negativa de 1,10% sobre o estoque de março, encerrando abril em R$ 306,13 bilhões (US$ 54,08 bilhões), sendo R$ 253,38 bilhões (US$ 44,76 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 52,75 bilhões (US$ 9,32 bilhões) relativos à dívida contratual.

As informações constam do Relatório Mensal da Dívida (RMD) referente a abril de 2025, produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN). Os dados do material foram detalhados nesta quarta-feira (28/5) em coletiva de imprensa virtual, transmitida ao vivo pelo canal do Tesouro Nacional no YouTube.

Participaram da entrevista o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges; o coordenador-geral de Controle e Pagamento da Dívida Pública, Leonardo Canuto; o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves; e o coordenador-geral do Tesouro Direto, Paulo Moreira Marques.

Conjuntura

Em análise de conjuntura, indicando os principais fatores que impactaram na gestão da dívida em abril, o RMD destaca que a guerra tarifária entre Estados Unidos e China trouxe aversão ao risco, com abertura dos prêmios para maioria dos emergentes.

O Tesouro ressalta também que, em abril, a curva de juros local perdeu nível e inclinação em função de reprecificação da trajetória futura da taxa básica de juros. O CDS Brasil [Credit Default Swap, indicador que reflete o risco-país] alcançou 180 pontos-base em abril, ante 186 pontos-base, em março.

“O principal vetor de mercado, em abril, foi a guerra tarifária, especialmente entre Estados Unidos e a China. Isso aumentou a aversão ao risco nos mercados globais, com uma leitura inicial de que o impacto dessa guerra seria menor crescimento mundial”, detalhou o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública. “Pudemos ver esse impacto sobre os emergentes. De maneira geral, o Brasil se posicionou relativamente bem, ao ter ficado no grupo que recebeu a menor tarifa”, completou Helano Borges.

Acesse material técnico referente ao Relatório Mensal da Dívida de abril de 2025

Emissões e resgates

No mês de abril, as emissões da DPF corresponderam a R$ 204,62 bilhões, enquanto os resgates alcançaram R$ 164,64 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 39,98 bilhões. Nesse total, houve parcela de R$ 41,42 bilhões referentes a emissão da DPMFi e de R$ 1,44 bilhão de resgate na DPFe.

“Abril foi um mês de destaque, principalmente pelo volume emitido, um recorde nominal da série histórica: R$ 204,6 bilhões. Também temos conseguido ter uma consistência e melhorar a distribuição entre os diferentes instrumentos”, comentou Helano Borges.

Do total das emissões da DPMFi em abril, houve R$ 87,06 bilhões em títulos remunerados por taxa flutuante, R$ 71,59 bilhões em títulos prefixados e R$ 45,76 bilhões por índice de preços.

Detentores

As Instituições Financeiras permaneceram sendo os principais detentores dos títulos da dívida, com participação de 30,26 % na DPMFi em abril, seguidas por Previdência (23,86%), Fundos de Investimento (22,08%) e Não-residentes (9,72%).

O grupo de Instituições Financeiras aumentou sua participação no estoque de DPMFi no período, saltando de R$ 2,193 trilhões, em março, para R$ 2,212 trilhões, em abril. O segmento de Previdência também ampliou sua fatia, indo de R$ 1,736 trilhão para R$ 1,744 trilhão. Os fundos de investimento subiram de R$ 1,545 trilhão (março) para R$ 1,614 trilhão (abril). Os Não-residentes ampliaram participação de R$ 692,30 bilhões, em março, para R$ 710,77 bilhões, em abril.

Custo médio

O custo médio do estoque da DPF acumulado em 12 meses recuou de 11,70% ao ano, em março, para 11,62% anual, em abril. No mesmo período, o prazo médio da DPF apresentou elevação: saltou de 4,12 anos (março) para 4,17 anos (abril).

O custo médio do estoque da DPMFi acumulado em 12 meses subiu de 11,28% (março) para 11,41% (abril).

O custo médio do estoque da DPFe caiu de 21,38% ao ano, em março, para 16,18% anual, em abril. Isso reflete principalmente a depreciação de 1,42% do dólar em relação ao real em abril deste ano, ante apreciação de 3,51% ocorrida no mesmo período de 2024, detalha o Tesouro.

Colchão de liquidez

A reserva de liquidez apresentou elevação, em termos nominais, de 4,05%, passando de R$ 869,24 bilhões, em março, para R$ 904,41 bilhões, em abril. O índice de liquidez correspondeu a 8,57 meses em abril, ante 6,72 meses em março. Está assegurada, portanto, a manutenção do caixa prudencial acima de três meses de vencimentos à frente.

Tesouro Direto

O Tesouro Direto (TD) contabilizou vendas de R$ 7,09 bilhões e resgates de R$ 2,87 bilhões em abril, resultando em emissão líquida de R$ 4,23 bilhões no período. O título mais demandado foi o Tesouro Selic (51,56%).

“Um grande destaque é, realmente, o volume de vendas líquidas em abril. Foi o segundo maior volume da série histórica, menor somente que em dezembro de 2024”, apontou o coordenador-geral do Tesouro Direto, Paulo Moreira Marques.

O estoque do Tesouro Direto alcançou R$ 170,86 bilhões em abril, alta de 3,49% em relação a março. Os títulos indexados à inflação representaram 51,99% do total. As operações até R$ 5 mil responderam por 78,09% das compras no Tesouro Direto no mês passado.

O Tesouro Direto registrou 2,98 milhões de investidores ativos (variação de 15,31% nos últimos 12 meses). O número total de investidores cadastrados alcançou a marca de 32,20 milhões, alta de 13,60% nos últimos 12 meses. Foi apurada marca de 231.064 novos investidores cadastrados no Tesouro Direto em abril.

Maio

O Tesouro Nacional destaca que, em maio, o acordo tarifário entre Estados Unidos e China e dados de inflação abaixo do esperado no mercado norte-americano aumentaram o apetite por risco e levaram à redução dos prêmios de risco nos mercados emergentes.

No cenário doméstico, a curva de juros local apresentou suave ganho de nível, diante de alta nas taxas globais e dados econômicos mistos.

“No mês de maio, observamos uma certa reversão do movimento visto em decorrência da guerra tarifária; uma certa trégua entre Estados Unidos e China. Isso contribuiu para aumentar o apetite ao risco dos investidores de uma maneira geral”, comentou Helano Borges. Ele citou que ao longo do mês, já foram registradas emissões, em ofertas públicas, de R$ 114 bilhões, com distribuição favorável.

Educação Financeira

O coordenador-geral do Tesouro Direto apresentou dados sobre a mais recente edição da Olimpíada do Tesouro Direto de Educação Financeira (Olitef), que está com inscrições abertas. “Em maio, alcançamos mais de 5,5 mil escolas inscritas, mais do tínhamos atingido em agosto do ano passado. Neste ano, 40 % dos municípios já têm participação”, relatou.

Marques ressaltou que essa iniciativa representa uma excelente oportunidade de educação financeira para a sociedade. “Importante ressaltar que as escolas que se inscreverem até o dia 10 de junho terão três vezes mais chances de ganhar os prêmios”, alertou.

A Olitef é uma competição educacional criada pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3, com inscrição gratuita para escolas e alunos. Neste ano, poderão participar da competição, que será realizada no dia 9 setembro, alunos do 6º ano do Ensino Fundamental até o 3º ano do Ensino Médio. Todos os estudantes cadastrados pelas escolas na Olitef terão acesso gratuito ao material preparatório, aos resultados da prova e poderão emitir o certificado de participação.


Acesse a íntegra da coletiva virtual concedida pelo Tesouro Nacional sobre o Relatório Mensal da Dívida de abril

Fonte: gov.br


Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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