Bom dia • 04/05/2025
Diante do avanço dos eventos extremos, MIDR aposta em estratégias para reduzir emissões e fortalecer a resiliência de comunidades vulneráveis
Brasília (DF) – A intensificação dos eventos climáticos extremos reforça a importância de políticas públicas voltadas para a redução de riscos e o enfrentamento dos impactos ambientais. Nesse contexto, dois conceitos fundamentais orientam as estratégias adotadas pelo governo: mitigação e adaptação. Embora sejam frequentemente associados, possuem significados e aplicações distintas.
A mitigação refere-se a ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a desaceleração do aquecimento global. Essa abordagem é comum em políticas ambientais que visam transições para matrizes energéticas mais limpas, conservação de florestas e redução da poluição industrial. Já a adaptação envolve medidas que reduzem os impactos das mudanças climáticas, fortalecendo a resiliência de comunidades e infraestruturas contra desastres naturais, como enchentes, secas e tempestades.
Defesa Civil e as adaptações
O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), foca majoritariamente em ações de adaptação, investindo na preparação e resposta a desastres, fortalecimento da infraestrutura resiliente e apoio aos municípios para minimizar os danos causados por eventos extremos.
“A adaptação é essencial para proteger comunidades vulneráveis e garantir que elas possam enfrentar eventos climáticos extremos com o menor impacto possível. Investimos em tecnologia, capacitação e infraestrutura para reduzir danos e salvar vidas”, afirma Frederico Seabra, coordenador de Prevenção, Restabelecimento e Programas Estratégicos da Sedec.
O Marco de Sendai é um acordo internacional importante que orienta políticas de redução de riscos de desastres: “Nosso trabalho está alinhado com o Marco de Sendai, que reforça a necessidade de fortalecer a resiliência das comunidades para evitar que tragédias se repitam”, completou Seabra.
Segurança hídrica e mudanças climáticas
A segurança hídrica é um dos desafios centrais no contexto das mudanças climáticas, especialmente na agricultura. A tecnologia de irrigação tem sido apontada como uma ferramenta estratégica de adaptação, garantindo a segurança alimentar da população brasileira. Para isso, os produtores têm adotado medidas para aprimorar o manejo eficiente dos recursos hídricos, irrigando melhor e com menos água.
Estudos recentes indicam que a irrigação pode também atuar como medida de mitigação, já que, em alguns locais e sistemas irrigados, a fixação de carbono no solo ocorre de maneira significativa. Esse foi um dos fatores que levaram o Ministério da Agricultura e Pecuária a incluir os sistemas irrigados no Programa ABC+ (Agricultura de Baixo Carbono).
“A gestão eficiente dos recursos hídricos é uma das principais estratégias para garantir a sustentabilidade da agricultura frente às mudanças climáticas. A irrigação, quando bem manejada, não apenas melhora a produtividade agrícola, mas também contribui para a mitigação dos impactos ambientais”, explica o coordenador-geral de Sustentabilidade de Polos e Projetos de Irrigação do MIDR, Antônio Leite.
Ele destaca que a modernização da irrigação tem sido um foco das políticas públicas: “O ministério tem investido em programas que incentivam o uso de tecnologias avançadas, como a irrigação de precisão, que reduz desperdícios e melhora a eficiência do uso da água”.
Além da agricultura, iniciativas de adaptação na área de segurança hídrica são essenciais para garantir o abastecimento e reduzir a vulnerabilidade das populações. Projetos de captação, gestão eficiente de recursos hídricos e convivência com o semiárido são exemplos de como o governo atua para minimizar os impactos da crise climática.
Com o aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos, fortalecer ações de adaptação e mitigação se torna ainda mais urgente para proteger vidas e reduzir prejuízos econômicos e culturais. Essa estratégia deve fazer parte de um conjunto articulado de ações voltadas à construção de uma sociedade mais resiliente.
COP30
Nessa perspectiva, o MIDR colabora com as medidas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, com iniciativas como a promoção da segurança hídrica; estratégias de proteção a desastres; incentivo a bioeconomia para o desenvolvimento sustentável e ações de financiamento ambiental.
Diante dessa ampla e relevante colaboração com a pauta climática, o MIDR vem contribuindo, especialmente por meio do seu Comitê Permanente de Resiliência Climática, nas discussões na COP 30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. O encontro global ocorrerá em novembro de 2025, em Belém (PA), reunindo líderes mundiais, representantes de governos, ciência e sociedade civil para debater soluções climáticas — e marcará a primeira vez que a conferência será realizada na Amazônia.
Fonte: gov.br
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense