Bom dia • 01/04/2025

30 de março de 2025 às 01:00
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Dívida Pública Federal chega a R$ 7,49 trilhões em fevereiro, aumento de 3, 3% em relação a janeiro

Custo médio da dívida subiu de 11,40% para 11,57% ao ano, no acumulado de 12 meses, enquanto o prazo médio caiu de 4,11 anos para 4,08 anos



O estoque da Dívida Pública Federal (DPF) fechou o mês de fevereiro em R$ 7,49 trilhões, com aumento de R$ 239,33 bilhões (+3,30%) em relação a janeiro. O resultado de fevereiro foi impulsionado pela emissão líquida de R$ 165,68 bilhões, adicionados a R$ 73,65 bilhões de apropriação dos juros. Em 2025, o valor apropriado de juros acumula o montante de R$ 120,03 bilhões, segundo o Relatório Mensal da Dívida (RMD) de fevereiro de 2025, produzido pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) e apresentado nesta sexta-feira (28), em entrevista coletiva virtual.

O relatório indica que a Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) passou de R$ 6,95 trilhões para R$ 7,17 trilhões em estoque, um aumento de 3,26%, devido à emissão líquida no valor de R$ 155,95 bilhões, e pela apropriação positiva de juros de R$ 70,85 bilhões.

Já o estoque da Dívida Pública Federal externa (DPFe) teve variação positiva de 4,15% sobre janeiro, encerrando fevereiro em R$ 314,34 bilhões (US$ 53,75 bilhões), sendo R$ 260,98 bilhões (US$ 44,62 bilhões) referentes à dívida mobiliária e R$ 53,36 bilhões (US$ 9,12 bilhões) relativos à dívida contratual.

Acesse o Relatório Mensal da Dívida (RMD) relativo ao mês de fevereiro/2025

Conjuntura

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Helano Borges, destacou os impactos da postergação da implementação de tarifas pelo governo dos Estados Unidos, que aumentou o apetite por risco, em fevereiro. “No mercado local, a gente observou uma elevação da curva de juros, em função da revisão das expectativas dos agentes, esperando uma política monetária um pouco mais contracionista aqui no Brasil”, comentou.

Em relação às taxas nos leilões, a tendência ao longo do mês foi de elevação, acompanhando a curva de juros. A LTN de 72 meses, por exemplo, saiu de 14,82% no fechamento de janeiro para 15,30% ao fechamento de fevereiro, enquanto a taxa da NTN-B de 5 anos passou de 7,70% para 7,90%.

Emissões e resgates

O volume total de emissões em fevereiro foi de R$ 204.40 bilhões. “O que eu destaco aqui é que teve uma distribuição entre os principais indexadores. Cerca de 34% em pré-fixado, 30% em índice de preço e cerca de 36% em taxa flutuante. É uma mudança em relação ao que a gente vinha observando, principalmente no perfil do ano passado”, observou o coordenador da Dívida.

Outro destaque foi a emissão externa do Global 2035, com taxa de 6,75% – 220 pontos-base acima da Treasury de referência (título do Tesouro norte-americano) –, que teve boa aceitação do mercado, atingindo um total de US$ 2,5 bilhões. “No momento do pico do bull, a demanda chegou a US$ 6,5 bilhões, o que denota um apetite dos investidores estrangeiros pelos nossos papéis”, salientou Helano Borges, acrescentando que “o total de emissão em fevereiro, tanto doméstica quanto externa, foi o maior valor nominal da série histórica”.

Os resgates em fevereiro alcançaram R$ 38,72 bilhões, resultando em emissão líquida de R$ 165,68 bilhões, sendo R$ 155,95 bilhões referentes à emissão líquida da DPMFi e R$ 9,74 bilhões à emissão líquida da DPFe.

Custo e liquidez

O custo médio do estoque da DPF aumentou em fevereiro, saindo de 11,40% para 11,57%, considerando o acumulado em 12 meses. “Esse aumento, em parte, se deve ao efeito estatístico de incorporar esse ciclo da Selic, agora, de aumento de aperto monetário, e reduzindo a participação do ciclo de flexibilização que a gente teve no ano passado, que acabou em maio”, esclareceu o coordenador. Já o custo médio de emissão aumentou para 11,92%.

Conforme o Tesouro, devido ao volume expressivo de emissões ao longo dos dois primeiros meses, o caixa da dívida cresceu em termos nominais, alcançando R$ 889 bilhões, “bastante acima do nível prudencial de R$ 537 bilhões”. O índice de liquidez ficou na casa de 6,7 meses, “o que traz bastante tranquilidade e graus de liberdade para a gestão da dívida”.

Composição

Borges comentou que não houve variações significativas na composição da DPF de janeiro para fevereiro. “A gente observa que o cambial ficou em 4,2% a parcela. A LFT, as flutuantes saíram de 48% para 47,8% e houve pequenas variações, também, no Índice de Preço, que alcançou 27,5%, e Prefixado, que alcançou 20,5%”, pontuou. Chamou a atenção da equipe do Tesouro a redução do percentual da dívida com vencimentos em 12 meses, que saiu de 17,3% para 16,9%. Já o prazo médio caiu de 4,11 anos para 4,08 anos.

Segundo Helano Borges, a distribuição qualitativa mais equilibrada entre os componentes flutuantes, Índice de Preço e Pré-Fixado denota uma qualidade melhor da dívida pública, considerando que a diretriz é substituir gradualmente os índices flutuantes por Índice de Preço e Pré-Fixado. Além disso, os valores estão sendo emitidos com vencimentos acima do prazo médio. “A qualidade que a gente vem observando nesses três primeiros meses, do ponto de vista de composição e de estrutura de vencimento, é positiva em relação ao que a gente viu no ano passado”, afirmou.

Tesouro Direto

Em fevereiroforam realizadas 656.552 operações de investimento em títulos do Tesouro Direto, totalizando R$ 5,76 bilhões em vendas. Esse volume foi menor do que o observado no mês anterior, o que é considerado natural porque janeiro teve vencimento alto, segundo o coordenador-geral do Tesouro Direto, Paulo Moreira Marques. “Por outro lado, teve um aumento das vendas líquidas, que no total foram R$ 2,5 bilhões no mês”, destacou. Em fevereiro, não houve vencimento, mas o pagamento de juros semestrais de títulos de Tesouro IPCA que vencem em anos pares, em torno de R$ 219 milhões.

O estoque do Tesouro Direto subiu de R$ 159,88 bilhões para R$ 164,02 bilhões em fevereiro, mantendo como maior parcela os títulos indexados ao IPCA, seguidos pelos títulos indexados à Selic, com a parcela de prefixados ao redor de R$ 19 bilhões.

A maior parte das compras do Tesouro Direto é de até R$ 1 mil, que representam 56% das operações. “É interessante, porque a nossa intenção é sempre democratizar mais o programa. Então, quanto mais investidores estão investindo com valor menor, melhor para o Tesouro Direto”, celebrou Marques. Somadas essas compras ao número de operações até R$ 5 mil reais, a participação chega a 79,04% de todas as operações no mês.

Também cresceu a base de investidores, não só dos cadastrados, mas com investimento feito, alcançando a marca de 3,03 milhões com investimentos no programa Tesouro Direto.

Março

Em março, a perspectiva sobre a política monetária nos Estados Unidos mudou, levando à redução do apetite de risco e devolvendo parte do ganho nos CDS de fevereiro. Ainda assim, o Brasil acabou performando “relativamente melhor do que os pares, com um pequeno aumento dos CDS no mês”, segundo Helano Borges.

Já a curva de juros doméstica também reverteu o movimento de fevereiro, devido à reprecificação do mercado em relação à trajetória da Selic, com uma percepção de que o nível de atividade pode estar abaixo das previsões, além de números favoráveis de inflação, como a divulgação do IPCA-15 (0,64%).

Também participam da coletiva o coordenador-geral de Controle e Pagamento da Dívida Pública, Leonardo Martins Canuto Rocha, e o coordenador-geral de Planejamento Estratégico da Dívida Pública, Luiz Fernando Alves.


Confira a coletiva virtual concedida pela equipe do Tesouro Nacional sobre a Dívida Pública Federal

Fonte: gov.br

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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