Bom dia • 22/11/2024
Novas medidas serão analisadas por conselheiros da UFS nesta sexta-feira, 28
O sistema de classificação de novos estudantes nos cursos de graduação da Universidade Federal de Sergipe pode sofrer mudanças. A seleção, que acontece desde 2012 através do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), poderá contar a partir deste ano com dois diferenciais importantes: pontuação mínima para a redação, e um sistema de pesos para as áreas do conhecimento.
Essas mudanças estão sendo discutidas entre a Prograd, os Centros Acadêmicos e Núcleos de graduação há três meses, e serão analisadas e votadas na próxima reunião dos Conselheiros do Ensino, da Pesquisa e da Extensão da UFS (Conepe), que acontece esta sexta-feira, às 8h30, na Sala dos Conselhos, localizada no prédio da Reitoria.
Entendendo as propostas
Atualmente, para concorrer, basta o aluno não zerar a redação do Enem. Agora, se aprovada, uma das medidas exige que o candidato obtenha, no mínimo, 450 pontos em sua dissertação. As demais áreas do conhecimento permanecem como estão, sem pontuação mínima, incluindo a média geral. Em contrapartida, os cursos de graduação voltarão a contar com o sistema de pesos, existente no antigo vestibular. Nele, o estudante interessado em concorrer a uma vaga na área de exatas, por exemplo, deverá ter notas melhores em matemática do que um candidato interessado na área de humanas.
“Hoje é atribuída uma média de 20% para cada área do conhecimento. Mas entendemos a necessidade que os cursos de engenharia, por exemplo, têm em receber alunos que saibam um pouco mais de matemática. Por isso, agora, a nossa ideia é variar. Isso significa que para alguns matemática poderá ter peso 1 e para outros poderá ter peso 4, a depender da área de concentração do curso escolhido”, esclarece o Pró-Reitor de Graduação, Jonatas Silva Meneses.
Ele comenta ainda que essas propostas só foram pensadas agora, porque era necessário ter uma experiência prévia com o Enem como processo seletivo, fato que acontece há três anos. “Também resolvemos discutir essas medidas por conta dos pedidos frequentes de chefes de departamento e coordenadores de curso, que acreditam na funcionalidade do peso e acham importante que o estudante entre na graduação com os principais conhecimentos básicos que mais irão utilizar ao longo do curso”, aponta.
“A Prograd entende que essas propostas não irão trazer grandes implicações para quem já vem estudando, pois fizemos projeções. Além disso, entendemos que essas sugestões, dadas pelos próprios chefes de departamentos e coordenadores de cursos da universidade, são algo experimental e ainda em discussão”, explica.
Implantação
Se aceitas, as mudanças serão implantadas já na próxima seleção, que acontece dias 24 e 25 de outubro. “Devemos repensar os resultados para 2017. Dando tudo certo, as medidas continuarão sendo utilizadas. Mas se percebemos implicações negativas, faremos novas modificações”, afirma o pró-reitor.
Processo seletivo
Desde 2012 a UFS aderiu ao Exame Nacional do Ensino Médio como forma de ingresso aos cursos de graduação presenciais. A adesão ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu), do Ministério da Educação, só ocorreu a partir de 2014, após decisão do Conepe.
Atualmente, o processo funciona assim: após a realização do Enem, a UFS abre suas inscrições para que o candidato possa escolher sua opção de curso. É assim que a universidade envia o cadastro dos inscritos e recebe do Ministério da Educação (MEC) as notas dos mesmos, adquiridas no Exame Nacional. A partir dessas notas é possível tirar a média aritmética dos estudantes, permitindo assim a classificação e seleção dos candidatos.
Vale ressaltar que esse sistema não afeta o programa de ações afirmativas, que reserva 50% das vagas, por curso e turno, para os candidatos que comprovem ter cursado 100% do ensino médio em escolas públicas das redes federal, estadual ou municipal. Das vagas que remanescerem, uma é reservada, por curso e turno, para candidatos com necessidades educacionais especiais.
O programa reserva também vagas para candidatos com renda familiar bruta igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita e para àqueles com renda familiar bruta superior a 1,5 salário mínimo per capita. Nesses grupos, há ainda reserva de vagas para os autodeclarados pretos, pardos e indígenas, conforme a Resolução nº. 25/2013/Conepe.
Ascom UFS
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense
