Bom dia • 22/11/2024
Por força da Constituição de 1988, os poderes executivos da União, dos Estados e dos municípios são compostos por dois cargos (titular e seu respectivo vice). Já para os poderes legislativos a Lei das Eleições (Lei nº 9.504/1997) estabeleceu que cada partido deve preencher um percentual mínimo de 30% de candidaturas femininas entre seus candidatos em eleições proporcionais. No entanto, mulher que pediu para não ser identificada diz que existe muito desrespeito, principalmente em Simão Dias e que vai denunciar ao Tribunal Regional Eleitoral esses tipos de fraudes nas eleições municipais de 2024.
As fraudes contra as cotas de gêneros provocam desequilíbrio da participação feminina na política privilegiando mais aos homens. Em Simão Dias essa situação ocorre sob o manto da desculpa mais esfarrapada que é a de desinteresse da mulher nas corridas eleitorais. “Ora, como podem alguém ainda acreditar nisso, sendo as mulheres a maioria do eleitorado brasileiro?” questiona mulher. Ela ainda acrescenta que embora não existam cotas para as majoritárias, o machismo em cabeças de chapas em Simão Dias também deve ser levantado junto à Justiça Eleitoral.
Para alguns populares de Simão Dias, a exclusão da participação feminina em chapas majoritárias durante duas décadas revelam claramente um machismo político, descompasso entre discursos e práticas partidárias e um déficit democrático de gênero e raça que violam gravemente a cidadania feminina, a qual através do voto decide qualquer eleição. De tal modo, restam apenas as perguntas: Por que até hoje somente uma mulher chegou ao poder executivo de Simão Dias? Por que há duas décadas não se teve a participação feminina concorrendo nem ao cargo de vice-prefeita em cabeças de chapas no município simãodiense? Quais os reais motivos da NÃO participação igualitária entre homens e mulheres aos cargos dos poderes executivo e legislativo de Simão Dias? Os partidos políticos evitam a efetiva e real participação da mulher simãodiense na política? Uma mulher na administração municipal poderia governar melhor como essencialmente gerir com austeridade o dinheiro público e aplicar as políticas públicas onde de fato e de direito às famílias de Simão Dias necessitam?
Tais questionamentos da população de Simão Dias se acentuam cada vez mais diante do que está ocorrendo nos bastidores políticos sobre as eleições de 2024, nos quais dão contam que já existem conversações e até brigas e futricas de pré-candidaturas de cabeças de chapas compostas só por homens. E nas formações de chapinhas para as proporcionais os homens também lideram os diálogos. Será que tudo isso, tem o intuito claro de afugentar e impossibilitar de forma efetiva a participação feminina?
Decerto, independentemente da resposta, o fato é que Simão Dias sempre teve representação pequena das mulheres na politica tanto no Legislativo quanto no executivo (somente o registro de uma mulher – Caçula Valadares foi eleita prefeita do município). E o machismo das chapas majoritárias perdura desde o ano de 2004 quando se teve uma mulher concorrendo a vaga de vice-prefeita (Mônica Silva Matos).
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense