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5 de setembro de 2021 às 17:31
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Acadêmico: A importância do planejamento logístico e gerencial de uma propriedade na cidade de Uauá

Autor: Max Andrade Souza

A falta de planejamento logístico e gerencial de uma propriedade, são dois fatores que afetam diretamente no desempenho da atividade lucrativa, seja ela qual for. Embora que, a cidade de Uauá, seja caracterizada pelas secas que assolam a região nordestina, esse então seria o principal motivo para que os produtores se preocupassem em se planejar para receber os períodos de longas estiagens, porque a falta do planejamento nutricional e da captação de água, intensifica em problemas nos rebanhos afetando a obtenção dos lucros. Os animais ficam desnutridos, vulneráveis a diversas doenças, como também, os produtores se desanimam e abandonam as atividades. Para se desprenderem disto, é importante que produtores se associem com a cooperativa elaborada por Jurema, para que sejam instruídos sobre suas atividades.

São várias razões que explicam a existência das longas secas na região nordestina. A ação antrópica, considera-se como uma sugestão ainda mais aceita, pois os desequilíbrios ambientais provocados pelas atividades modernistas humana, levaram ao planeta a sofrer constantes catástrofes, e por isso a questão das longas estiagens é um tipo de catástrofe que os nordestino sofrem a cada ano. Segundo Costa (2012), o fenômeno El Niño influencia diretamente nas longas estiagem no nordeste, onde o aquecimento das águas do pacífico, interferem a região semiárida causando o período das secas.

Esses efeitos causados pelo El Niño, configuram pouca iniciativa por parte do Estado (governos) a população nordestina vulneráveis aos impactos provenientes das longas estiagens. Assim, a causa mais prevalente da ocorrência das longas estiagens do semi-árido nordestino, se dão pela desperenização dos rios e riachos endógenos, além, da dificuldade de absorção e armazenamento da água da chuva pelos solos, consequência natural das alterações no relevo, e dos solos ralos e pedregosos (SILVA, 2007). Estas causas, tange na produção agrícola, como também, na pecuária, pois, solos e gramas pobres em nutrientes, darão alimentos de baixos valores nutricionais para os rebanhos, assim também, dificuldade de produção agrícola, gerando alta dos preços e inviabilidade da competitividade no mercado.

Segundo Silva (2007) na década de 1970, houve uma preocupação para a criação de estratégias que socorressem aos nordestinos no período de estiagem, assim, os governos criaram pólos de modernização agrícola e pecuária, como ponto de partida, o uso da fruticultura irrigada, mas, não fui suficiente, entretanto, a partir da década de 1980, houve um alargamento de novos planos de mudanças, tais como: tecnologias para a captação de água da chuva, manejo racional do bioma, educação contextualizada e entre outros.

Algumas parcerias surgiram por parte dos próprios populares, fazendo diversas manifestações a campo a fim de chamar a atenção do governo, até que se fora criado o sistema de Assistência técnica e Extensão Rural ATER. Entretanto, se ver ineficiente em muitas coisas, ainda há lacunas que precisam ser preenchidas para melhor atender as necessidades dos produtores nordestinos, por isto, Jurema percebeu a necessidade de criar uma cooperativa em sua comunidade.

O ATER contempla a todos perfis de produtores rurais, e aos agricultores familiares, e se tratando do nordestino, o mesmo programa em síntese possui estratégias para a permanência destes produtores em suas diversas atividades rurais. De acordo com um estudo realizado por Landini (2015), observou-se que alguns dos problemas enfrentados pelos extensionistas no campo, se dão pela resistência dos produtores e a dificuldade de trabalho em equipe, falta do apoio de recursos humanos, relutância dos camponeses em face a novas tecnologias, êxodo rural e entre outros, que desmotivam a realização do trabalho dos técnicos de extensão rural, pois sem perspectivas de resultados, não conseguem concretizar os seus projetos em função da política prezada pelas empresas de assistência técnica e extensão rural, portanto, afeta a todos quantos precisam destas ações.

Percebe-se que um problema influencia a outro, e que há necessidades de melhorias por parte das políticas públicas, e o melhor preparo dos extensionistas para atuar a campo, sem ser visto como uma ameaça por parte dos produtores, porque seja por questões culturais ou não, alguns produtores ficam relutantes em aceitar o auxílio do extensionista em sua propriedade, o que gera mais um transtorno por ambas as partes, fazendo assim, com que a parte mais vulnerável, o produtor nordestino, sofra ainda mais com severos problemas.

Uma saída para este problema, é a busca por uma equipe interdisciplinar (LANDINI, 2012). Isto se torna importante, pois a chegada das inovações no campo, é para muitos produtores como a invasão e mudança de seus costumes e valores culturais, para isto, um antropólogo contribuirá, como por exemplo, instruir aos extensionistas como abordar o homem no campo, a fim de demonstrar que seu objetivo é de estender ajuda técnicos científicos, para a melhoria da produção. Nesta primeira abordagem, o compartilhamento de experiências, tornar-se-á interessante e proveitoso, o que finaliza no bom senso para ambos.

É válido ressaltar também, que ainda que se percebe a necessidade da atuação prevalente de extensionistas no campo, é importante ainda enaltecer que a melhor solução para superar os longos períodos de estiagens, nada mais é do que o planejamento e a criação de um sistema eficaz de captação de águas das chuvas. De acordo com Souza et al. (2012) uso de cisternas para abastecimento de água das famílias que moram em regiões de escassez de recursos hídricos, é uma importante alternativa para os moradores dessas localidades, pois considera como um sistema de captação e armazenamento eficiente que emprega equipamentos simples e de custo acessível.

O nordeste brasileiro enfrenta ano após ano no período de estiagem, diversos problemas no abastecimento de água, daí, surge à necessidade de captação e armazenamento de águas pluviais. A construção de cisternas é a técnica mais útil e eficiente, na captação das águas pluviais devido à facilidade de coleta da água, a fácil manutenção higiênica, pois sem luz e calor há o retardamento da proliferação de bactérias, o que ainda não causa a perda com evaporação da água armazenada (CHAVES et al., 2015).

Ações como estas, ajudarão bastante aos produtores, até mesmo para o melhor fornecimento de pastagens como base da alimentação animal. Algumas outras questões, podem até mesmo fazer um estudo sobre o potencial nutritivo das espécies vegetais nativas na região semiárida, porque são plantas mais resistentes aos períodos de longas estiagens, o que ajuda na economia da atividade do produtor, não precisando investir com a nutrição animal específica, apenas complementar com os nutrientes que lhes faltam fazendo o uso de espécies vegetais assim.

A sazonalidade que o nordeste apresenta, surge então como via de alternativa na alimentação animal, a palma forrageira como um exemplo muito utilizado. Segundo Almeida (2012), a palma forrageira é totalmente adaptada às condições edafoclimáticas da região, devido metabolismo diferenciado, porque fazem a abertura dos estômatos essencialmente à noite, quando a temperatura ambiente apresenta-se reduzida, diminuindo as perdas de água por evapotranspiração. Assim, é uma alternativa de alimentação animal, com significativos valores nutricionais, apresenta grande vantagem por ser uma cactácea justaposta às adversidades climáticas da região, de fácil plantio e elevada produção de matéria seca por hectare (OLIVEIRA et al., 2007).

Assim, pode-se concluir que, a região nordestina sempre será passível das longas estiagens, que por questões naturais como o fenômeno do El niño, estações após estações, os sertanejos contemplarão a escassez de água. Por essa razão, é que se é esperado a intervenção mais enfática dos governos, principalmente das políticas públicas, pois cada vez mais necessita-se de profissionais capacitados para fornecer assistência técnica e extensão rural ao homem do campo, para que eles possam encarar as crises hídricas com baixos impactos econômicos e sociais. Pois os papéis a serem desenvolvidos por este tipo de ação, é a melhor preparação destes produtores, para que eles possam colocar em prática projeto de alternativas viáveis, para a maximização de suas atividades rurais, como a captação de água das chuvas e o uso do potencial forrageiro das espécies nativas da caatinga.

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, R. F. Palma Forrageira Na Alimentação De Ovinos E Caprinos No Semiarido Brasileiro. Revista Verde (Mossoró – RN), v. 7, n. 4, p. 08-14, out-dez, 2012

COSTA, J. A. O Fenômeno El Niño E As Secas No Nordeste Do Brasil. Revista Científica do IFAL, v. 1, n. 4, jan./jul. 2012

LANDINI, F. P. Problemas enfrentados por extensionistas rurais brasileiros e sua relação com suas concepções de extensão rural. Cien. Rural., v.45, n.2, Santa Maria, fev. 2015.

SILVA, R. M. A. Entre o Combate à Seca e a Convivência com o Semi-Árido: políticas públicas e transição paradigmática. Revista Econômica do Nordeste, Fortaleza. v.38, n.3, jul./set. 2007

SIMPÓSIO DE RECURSOS HÍDRICOS DO NORDESTE. 9., 2012. Belo Horizonte. Simpósio… Belo Horizonte: Associação Brasileira de Recursos Hídricos. 2012

SOBRE ÁGUA NO SEMIÁRIDO BRASILEIRO. 2., 2015. Campina Grande. Workshop…Campina Grande: Workshop Internacional Sobre Água No Semiárido Brasileiro. 2015

OLIVEIRA, V.S.; FERREIRA, M.A.; GUIM, A.; MODESTO, E.C.; LIMA, L.E.; SILVA,F.M. Substituição total do milho e parcial do feno de capim tifton por palma forrageira em dietas para vacas em lactação. Consumo e digestibilidade. Revista Brasileira Zootecnia. v.36, n.5, p.1419-1425, 2007.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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