Bom dia • 03/12/2024

17 de outubro de 2024 às 01:00
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AUDIOVISUAL: Na América Latina, o Brasil lidera o consumo de streaming, mas enfrenta desafios de representatividade de conteúdo nacional

Inscrições para o edital de licenciamento de 405 obras audiovisuais foram encerradas nesta segunda-feira (14); foco é a nova Plataforma Pública de Acesso e Difusão de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros Sob Demanda

O Ministério da Cultura, por meio da Secretaria do Audiovisual (SAV), abriu, em agosto, as inscrições para o edital de licenciamento de 405 obras audiovisuais. Com um investimento de R$ 3,8 milhões, o objetivo é fortalecer a presença de produções brasileiras na nova Plataforma Pública de Acesso e Difusão de Conteúdos Audiovisuais Brasileiros Sob Demanda.

Com mais de 1.500 candidaturas recebidas, as inscrições para o edital foram encerradas nesta segunda-feira (14). O projeto surge em um momento crucial para o consumo de conteúdo audiovisual no Brasil, que desponta como um dos maiores mercados de streaming do mundo.

Segundo dados da Agência Nacional do Cinema (Ancine), conteúdos ofertados nas principais plataformas de streaming de origem estrangeira dominam o mercado, com 86%, enquanto o audiovisual brasileiro representa apenas 14% desse espaço, o que reflete uma demanda reprimida por maior representatividade da cultura local.

No entanto, plataformas brasileiras de serviços de telecomunicações como Vivo Play e Claro TV se destacam por sua alta taxa de conteúdo brasileiro, com 1,8 mil e 1,6 mil títulos, respectivamente. No quesito audiência, a Globoplay lidera com folga, em contrapartida, a Disney+ com um catálogo de quase 1,5 mil obras, tem apenas nove obras brasileiras.

Esse cenário evidencia a importância de iniciativas como o edital do MinC, que visa ampliar o acesso às produções brasileiras e atender a um público cada vez mais conectado com o streaming. “A presença de conteúdos nacionais nas plataformas é essencial para garantir que a diversidade cultural do Brasil seja refletida e acessível. O edital é uma resposta a essa necessidade de fortalecer nossa identidade audiovisual no universo do streaming“, comenta Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual.

O relatório de Streaming Global do Finder de 2021, mostra o Brasil como o segundo país que mais consome serviços de streaming, ficando atrás apenas da Nova Zelândia. Pelo menos 65% dos adultos brasileiros têm acesso a um serviço de streaming, superando a média global de 56%. Com 124 plataformas de vídeo por demanda, o país lidera a oferta de plataformas na América Latina, mas enfrenta o desafio de melhorar a presença de conteúdo nacional nessas redes.

Oportunidades e desafios

Com 49% dos brasileiros assistindo entre duas e quatro horas de conteúdo por dia e 6% superando as seis horas diárias, o streaming tem se tornado uma fonte vital de entretenimento.

Mesmo diante do aumento nos preços das assinaturas, 25% dos brasileiros não cancelaram nenhum serviço em 2024, o que reforça a importância dessas plataformas na rotina de consumo.

O crescimento contínuo do mercado de streaming na América Latina tem gerado novas oportunidades para a produção de conteúdo local, com isso, grandes plataformas como Netflix, HBO Max e Star+ que têm investido em títulos brasileiros e latinos para diversificar seus catálogos.

Apesar desse avanço, a produção nacional ainda precisa superar desafios, como a ampliação da oferta de gêneros que atendam às preferências do público e a concorrência com produções estrangeiras.

O lançamento da Plataforma Pública de Streaming do MinC representa um passo importante para equilibrar essa balança, oferecendo ao público brasileiro mais opções de conteúdo local e promovendo a diversidade cultural do país.

*Dados: Agência Nacional do Cinema (Ancine) 2023.

Fonte: gov.br

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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