Bom dia • 21/11/2024
A cidade de Simão Dias aparece no segundo Levantamento Rápido de Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) de 2024 como a cidade de maior alto risco (9,0). Em seguida, Itabaiana (8,3), Areia Branca (7,1), Salgado (5,9), Capela (5,8), Nossa Senhora da Glória (4,8), Siriri (4,1) e Cumbe (4,0).
De acordo com dados da Secretaria de Estado da Saúde (SES) o índice satisfatório vai de 0 a 0,9; o de média infestação de 1,0 a 3,9 e o de alto risco acima de 4,0. E Simão Dias Simão Dias saiu de (6,4) para (9,0).
Diante dos dados, a SES recomenda que os municípios que apareceram ou permanecem em alto risco precisam verificar onde estão ocorrendo as falhas no trabalho de combate ao mosquito.
Só para financiar a aquisição dos medicamentos, o Ministério da Saúde destinou em março deste ano R$ 3,6 milhões para incremento do recurso financeiro federal do Componente Básico da Assistência Farmacêutica (Cbaf) no Sistema Único de Saúde (SUS) para o estado de Sergipe, sendo que para Simão Dias o montante foi de R$ 64.774,00. No entanto, a população reclama que não consegue receber os medicamentos.
Descaminho que mata
De certo Simão Dias sofre de ineficiência administrativa, mas também enfrenta todos os descaminhos históricos de combate ao mosquito desde o ano de 1967 quando Leônidas Deane detectou o Aedes aegypti na cidade de Belém – trazido do Caribe em pneus contrabandeados – até os dias de hoje. De lá para cá quantos trilhões já foram gastos? Quantas vidas ceifadas e quantos sequelados? Quais os por quês das faltas de medidas de controle especificas? Por que só agora começa-se a usar a ciência como vacinas e wolbitos (mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia que impede o desenvolvimento dos vírus causadores da dengue, a zika e a chikungunya)? Por que os municípios receberam trilhões para somente fazer trabalho educativo e a responsabilidade de combate caiu no colo dos cidadãos em especial das camadas mais pobres que todos sabem que não possuem tempo nem condições para fazer a limpeza adequada de suas residências, pois nem sequer possuem moradia digna? Por que as vacinas ainda não estão ao alcance de toda população? E por que Simão Dias com alto índice de infestação do mosquito ainda não está fazendo uso do método Wolbachia ou ainda não adquiriu vacinas para todos os seus moradores?
Chega! O povo não suporta mais tantos descaminhos. Cadê o Ministério Público de Simão Dias? Cadê os Ministérios Públicos de outros municípios que não estão enxergando a constatação de que os cidadãos comuns não estão sendo capazes de defender e proteger a saúde de uma coletividade e que é preciso mudar urgentemente as medidas adotas no combate ao Aedes aegypti?
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense