Bom dia • 25/11/2024
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) teve alta de 0,95% em março, 0,04 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de fevereiro (0,99%). Foi a maior variação para um mês de março desde 2015 (1,24%). O IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, ficou em 2,54% para o período de janeiro a março, acima da taxa de 2,21% registrada em igual período de 2021. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 10,79%, acima dos 10,76% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2021, a taxa foi de 0,93%.
Período | Taxa |
---|---|
Março de 2022 | 0,95% |
Fevereiro de 2022 | 0,99% |
Março de 2021 | 0,93% |
Acumulado no ano | 2,54% |
Acumulado nos últimos 12 meses | 10,79% |
Todos os nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta. O maior impacto (0,40 p.p.) e a maior variação (1,95%) vieram de Alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao mês anterior (1,20%). O segundo maior impacto (0,16 p.p.) veio do grupo Saúde e cuidados pessoais, cujos preços subiram 1,30%, após a queda observada em fevereiro (-0,02%). Na sequência, vieram os Transportes, com 0,15 p.p. de contribuição e alta de 0,68%). Juntos, os três grupos representaram cerca de 75% do impacto total do IPCA-15 de março. Outros destaques foram Habitação (0,53%) e Artigos de residência (1,47%), este último com a segunda maior variação no índice do mês. Os demais grupos ficaram entre o 0,04% de Comunicação e o 0,95% de Vestuário.
Grupo | Variação Mensal (%) | Impacto | Variação Acumulada (%) | |||
---|---|---|---|---|---|---|
(p.p.) | ||||||
Janeiro | Fevereiro | Março | Março | Trimestre | 12 meses | |
Índice Geral | 0,58 | 0,99 | 0,95 | 0,95 | 2,54 | 10,79 |
Alimentação e bebidas | 0,97 | 1,20 | 1,95 | 0,40 | 4,17 | 10,77 |
Habitação | 0,62 | 0,15 | 0,53 | 0,09 | 1,31 | 14,56 |
Artigos de residência | 1,40 | 1,94 | 1,47 | 0,06 | 4,89 | 14,90 |
Vestuário | 1,48 | 1,11 | 0,95 | 0,04 | 3,58 | 12,77 |
Transportes | -0,41 | 0,87 | 0,68 | 0,15 | 1,13 | 16,79 |
Saúde e cuidados pessoais | 0,93 | -0,02 | 1,30 | 0,16 | 2,22 | 4,32 |
Despesas pessoais | 0,63 | 0,78 | 0,44 | 0,04 | 1,86 | 5,86 |
Educação | 0,25 | 5,64 | 0,14 | 0,01 | 6,05 | 6,71 |
Comunicação | 1,09 | 0,27 | 0,04 | 0,00 | 1,40 | 2,53 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
O resultado do grupo Alimentação e bebidas (1,95%) foi influenciado principalmente pela alta dos alimentos para consumo no domicílio (2,51%). As principais contribuições vieram da cenoura (45,65%), do tomate (15,46%) e das frutas (6,34%). Houve ainda altas expressivas na batata-inglesa (11,81%), no ovo de galinha (6,53%) e no leite longa vida (3,41%). Nas quedas, destaque para o frango em pedaços (-1,82%), cujos preços já haviam caído em fevereiro (-1,31%).
A alimentação fora do domicílio variou 0,52%, ante 0,45% em fevereiro. O lanche acelerou de 0,09% para 0,92%, mas a refeição seguiu movimento inverso, passando de 0,57% em fevereiro para 0,25% em março.
No grupo Saúde e cuidados pessoais a variação (1,30%) está relacionada à alta dos itens de higiene pessoal (3,98%) e, em particular, dos perfumes (12,84%). Houve ainda aumento de 0,83% nos produtos farmacêuticos e de 0,58% dos serviços médicos e dentários. O item plano de saúde (-0,69%), segue em queda, devido ao reajuste negativo de -8,19% aplicado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) no ano passado.
Nos Transportes (0,68%), o maior impacto (0,05 p.p.) veio da gasolina (0,83%), subitem de maior peso no IPCA-15, com 6,40% do total. O preço do combustível nas refinarias foi reajustado em 18,77%, em 11 de março. Houve altas também nos preços do óleo diesel (4,10%) e do gás veicular (5,89%). O etanol foi a exceção, com queda de 4,70%. Destaca-se também o resultado das passagens aéreas (-7,55%), cujos preços caíram pelo terceiro mês consecutivo.
Ainda em Transportes, no lado das altas, cabe destacar os automóveis novos (0,83%) e usados (0,70%), embora tenha havido desaceleração em relação ao mês anterior (quando registraram 2,64% e 2,10%, respectivamente). Nos transportes públicos, a variação positiva de ônibus urbano (1,04%) decorre dos reajustes nas passagens em três áreas:
Também houve reajuste nas passagens dos ônibus intermunicipais (0,37%) em Curitiba (1,51%) e no Rio de Janeiro (4,12%), ambos a partir de 1º de março.
No grupo Habitação (0,53%), os maiores impactos vieram da energia elétrica (0,37%) e do gás de botijão (1,29%), ambos com 0,02 p.p. Houve aumento de 16,06% no valor do gás vendido nas refinarias, ocorrido em 11 de março. No caso da energia elétrica, as variações foram desde -2,34% em Brasília até 4,00% em Goiânia. No Rio de Janeiro (0,93%), a alta decorre dos reajustes tarifários ocorridos nas duas concessionárias de energia pesquisadas (aumentos de 15,58% e 17,30%), ambos em vigor desde 15 de março.
Ainda em Habitação, destaca-se a variação positiva do gás encanado (2,63%), consequência dos reajustes de 2,95% e 7,72% ocorridos no Rio de Janeiro (3,19%) em 12 de fevereiro e 16 de março, respectivamente, e de 26,00% em Curitiba (15,70%), aplicado a partir de 25 de fevereiro. Por fim, cabe mencionar o resultado da taxa de água e esgoto (0,49%), influenciado pelos reajustes de 6,71% em Fortaleza (3,60%), válido desde 30 de janeiro, e de 8,98% em Goiânia (5,37%), vigente desde 1º de fevereiro.
Os Artigos de residência (1,47%) desaceleraram em relação a fevereiro (1,94%), mas seguem pressionados pelas altas de mobiliário (2,45%) e de eletrodomésticos e equipamentos (1,92%). Em 12 meses, a alta acumulada para os dois itens é de 19,88% e 19,25%, respectivamente.
Região | Peso Regional (%) | Variação Mensal (%) | Variação Acumulada (%) | |||
---|---|---|---|---|---|---|
Janeiro | Fevereiro | Março | Trimestre | 12 meses | ||
Curitiba | 8,09 | 0,32 | 1,13 | 1,55 | 3,02 | 13,64 |
Goiânia | 4,96 | 0,51 | 1,11 | 1,19 | 2,83 | 11,44 |
Belém | 4,46 | 0,82 | 0,94 | 1,15 | 2,93 | 9,32 |
Rio de Janeiro | 9,77 | 0,61 | 1,11 | 1,11 | 2,86 | 10,42 |
Salvador | 7,19 | 1,08 | 0,91 | 1,06 | 3,09 | 11,92 |
Belo Horizonte | 10,04 | 0,72 | 1,13 | 1,05 | 2,94 | 10,29 |
Recife | 4,71 | 0,72 | 0,78 | 1,05 | 2,56 | 10,95 |
Fortaleza | 3,88 | 0,63 | 0,84 | 0,99 | 2,47 | 10,49 |
Porto Alegre | 8,61 | 0,21 | -0,11 | 0,82 | 0,92 | 9,97 |
São Paulo | 33,45 | 0,58 | 1,20 | 0,71 | 2,50 | 10,63 |
Brasília | 4,84 | 0,19 | 1,05 | 0,61 | 1,86 | 9,33 |
Brasil | 100,00 | 0,58 | 0,99 | 0,95 | 2,54 | 10,79 |
Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas, Coordenação de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor. |
Todas as áreas pesquisadas tiveram alta em março. A maior variação ocorreu em Curitiba (1,55%), puxada pela alta de 6,47% nos preços da gasolina. Já o menor resultado foi registrado em Brasília (0,61%), influenciado pelas quedas nos preços das passagens aéreas (-13,23%) e da energia elétrica (-2,34%).
Para o cálculo do IPCA-15, os preços foram coletados no período de 12 de fevereiro a 16 de março de 2022 (referência) e comparados com aqueles vigentes de 14 de janeiro a 11 de fevereiro de 2022 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de 1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e Curitiba, além de Brasília e do município de Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência geográfica.
Fonte: agenciadenoticias.ibge.gov.br
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense