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6 de setembro de 2021 às 10:30
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Acadêmicos: Cuidados que deve tomar na criação de equinos contra Doenças Parasitárias

Autor: Max Andrade Souza

Os equinos são animais muito suscetíveis a doenças sejam elas de qual for o tipo. Como observado em casos, o equino tem convívio com outros animais da mesma espécie, o que pode ser um fator contribuinte para doenças, visto que animais mais velhos tem imunidade melhor que os mais novos. A presença de ectoparasitas nos animais pode desenvolver muitas doenças graves no animal, que se não tratadas de forma adequada podem causar a morte dos animais, por baixar a imunidade e contribuir para que outras doenças se aproveitem da fraqueza e se instalem também.

Os equinos são animais antigos e sensíveis apesar do tamanho que possuem, sendo bem vulneráveis a complicações provindas de doenças. Os cavalos, assim como os outros animais existentes são seres sencientes, ou seja, conseguem ter sentimentos e expressar os mesmos quando sentem vontade para isso. O processo de domesticação desses animais levou tempo, visto que este era um animal totalmente selvagem, mas que sempre foi presa, ao invés de ser predador. Com a evolução do mundo os animais, especificamente os cavalos também foram sofrendo mutações que os deixaram melhores para viver seu ciclo de vida da forma adequada. Como sempre foram animais soltos, vivem sempre em bandos, uns zelando pela segurança dos outros, vivendo de forma conjunta. Com o processo de domesticação, os cavalos passaram a ser criados presos, e com hábitos bem diferentes do que costumavam ter (BRASIL, 2017).

      A esse respeito, após do homem domesticar o equino e também outros animais, houve a necessidade da criação das cinco liberdades dos animais, direitos que estes têm durante o seu ciclo de vida que vem como forma de garantir o bem-estar e a qualidade de vida, durante todo o tempo que estes viverem. E assim surgem as cinco liberdades sendo elas, livre de fome e sede, onde o animal deve ter alimento e água sempre a sua disposição e de boa qualidade, livre de medo e ansiedade, livre de dor e desconforto, livre de dor e doença, e livre para expressar seu comportamento natural. Essas liberdades são de grande importância para o bom funcionamento da criação de quaisquer espécies de animais. O bem-estar dos animais pode ser mensurado a partir do seu comportamento, que é grande indicativo de como ele está se sentindo (CINTRA 2011).

      Para Vieira (2015), os animais costumam dar sinais de seu comportamento através da linguagem corporal, como por exemplo, a expressão dos equinos com as orelhas, que mostra quando está desconfiado, com medo, e outros sentimentos. Como vivem presos os cavalos possuem muito tempo livre, que gastam comendo, quando são criados de forma livre, em casos que são criados presos em baias, passam a maior parte do tempo descansando, visto que já tem horários mais organizados. A alimentação desses animais é balanceada, e deve ser feita uma dieta de acordo o ritmo diário do animal, se é para esportes ou trabalho.

      Os equinos tem o trato gastrointestinal sensível, que tem grande tendência de desenvolver a síndrome do abdômen agudo, ou mais conhecida como cólica, uma enfermidade bastante conhecida pelos profissionais da área, proprietários e atletas que fazem parte do cotidiano do equino. Esta doença se não diagnosticada no inicio e tratada de maneira adequada pode trazer grandes problemas ao animal. Muitas doenças circundam o sistema imune dos equinos, algumas de notificação obrigatória por serem infecciosas e disseminar grandes planteis, outras mais tranquilas de serem tratadas (LAGGAGIO 2012). Como o caso aborda sobre o atendimento que Dr Ian prestou ao equino Lester, diagnosticado com helmintoses, pode-se imaginar o desconforto que esse animal está sentindo por conta dos ferimentos em seu dorso, além das miíases que estão alojadas nela, o que torna o processo mais complicado e com alto risco de infecção, além da sintomatologia da helmintose em si.

      Sabe-se que os equinos são hospedeiros naturais de muitas doenças parasitárias, neste caso dos helmintos como citados no caso, tendo um leque bem diverso, cada um com suas especificações, tendo consequências diferentes na saúde desses animais. Dos helmintos mais conhecidos para a equinocultura, destaca-se três famílias desta espécie, sendo elas a Strongylidae que causam artrite e trombose no ceco e cólon dos cavalos, Trichostrongylidae causam grandes hemorragias, edema estomacal, atingindo as glândulas gástricas, e por fim das mais conhecidas é a família  Ascarididae que são capazes de causar as fibroses pulmonares, hemorrágia do tipo hepática, que ocorrem por meio do acumulo das larvas, gerando grandes compressões e consequentemente a perfuração do intestino delgado  (DROBOWOLSKI et.al, 2016).

      Em alguns casos as doenças parasitárias do tipo intestinais não conseguem demonstrar sinais, dessa forma podem ocorrer pequenos incômodos no trato gastrointestinal como casos absurdos de cólica e até a morte, sendo uma das principais causas dos óbitos em equinos, destacando-se ainda em animais mais jovens. Para que seja feito o controle das parasitoses é importante a vermifugação do animal, seguindo sempre um protocolo pré-estabelecido, sendo feitas a cada 4-8 semanas, tendo relação com a climatologia do local, e pensando em um número maior de doenças parasitárias no animal.  De acordo com Lewis (2000), podem ser observados sinais indicativos das helmintoses nos equinos como febre, cólicas, apatia, inapetência, queda brusca no desempenho, diarreia e emagrecimento excessivo como foi relatado no atendimento que Dr Ian realizou, além de outros sintomas como cólica, além de tosse e corrimento nasal. O tratamento utilizado para essas doenças compreendem o uso de moxidectina e ivermectina, além de praziquantel e vitamina E. Infelizmente algumas doenças que existem hoje estão criando resistência para alguns medicamentos o que não é indicado vista a quantidade de medicamentos para esse tipo de enfermidade que já existe (GRANDIN E JOHNSON, 2010).

      Para Andrade (1986), carrapatos são parasitas de fácil visualização, que tem uma capacidade de dispersão muito grande, e são encontrados na maioria dos animais domésticos. Estes parasitas podem trazer grave consequência à saúde dos animais, com algumas doenças que atingem principalmente o sistema linfático do animal, enfraquecendo todo o resto do organismo. As pulgas também acarretam doenças nos animais e conjuntamente com os carrapatos, podendo levar a graves casos de anemia nos equinos. O manejo é um fator de grande importância para o bom andamento da saúde dos animais em geral, principalmente o manejo sanitário, que é onde assegura a melhoria da saúde do animal (BARBOSA 2017).

Os equinos são uns dos animais mais queridos e bonitos de todo o mundo, seu uso para esportes e trabalho vem ganhando cada vez mais espaço na sociedade, principalmente pelo fator genético que é de grande importância para se manter um plantel adequado. Quando se decide investir na criação dos equinos é importante que o produtor tenha a consciência de todos os cuidados que deve tomar para garantir o bem-estar desses animais, incluindo as cinco liberdades já citadas mais acima. No caso em questão compreende-se que o animal é jovem, com apenas dois anos de idade, mas que já apresenta alguns sintomas não desejados no seu quadro sanitário.

Fica, pois, claro que o animal citado no caso necessita de cuidados médicos urgentes, no manejo dos ferimentos, visto que o mesmo já possui a presença de miíases, que podem levar a possível necrose tecidual. É ideal que seja feita uma investigação em todo o plantel para verificação do estado sanitário de cada animal, pois, as helmintoses não apresentam sintomas, e pode estar ocorrendo uma incidência maior de contaminação, bem como o manejo para a retirada das pulgas e carrapatos, que podem ser feitos por meio de banho de aspersão, e outros medicamentos necessários para que seja feito o tratamento adequado. A diarreia apresentada, consequentemente faz parte do quadro das helmintoses, popularmente conhecidas como vermes, precisando haver a constatação de um médico veterinário para ajudar, prescrevendo a melhor maneira de tratar, além de fazer o acompanhamento geral. Animais de fazendas devem ter sempre um acompanhamento técnico para ajudar nas soluções de problemas, visto que nem sempre o produtor ou tratador vai saber lhe dá com a situação.

REFERÊNCIAS

ANDRADE, L.S. O condicionamento do equino no Brasil. Recife: Equicenter, 1986. 201p.

BARBOSA, C.C. Perfil de inovação farmacêutica veterinária no Brasil. Pirassununga. São Paulo, 2017.

BRASIL. Manual de boas práticas de manejo em equideocultura. Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. Brasília, 2017.

CINTRA, A.G.C. 2011. O Cavalo: Características, Manejo e Alimentação. Roca LTDA, São Paulo.

DOBROWOLSKI, E. C.; , SLOMPO, D. , CARRASCO, A.O.T; Eficácia do praziquantel e da ivermectina em equinos infectados naturalmente com ciatostomíneos. Revista Acadêmica Ciência Animal . 14:75-81, 2016.

GRANDIN, T.; JOHNSON, C. O bem-estar dos animais: proposta de uma vida melhor para todos os bichos. Tradução de Angela Lobo de Andrade. Rio de Janeiro: Rocco, 2010, 334 p.

LAGAGGIO, V. R. A.; JORGE, L. L.; OLIVEIRA, V.; et al. Achados de formas parasitárias em camas de equinos– Santa Maria–RS/Brasil. Redevet, 2012.

LEWIS, L. D. Nutrição Clínica Equina: Alimentação e Cuidados. São Paulo: Roca, 2000.

VIEIRA, M. C. Percepções e práticas de manejo em estabelecimentos equestres quanto à influência dessas práticas para o bem-estar de equinos. 2015. 100 p. Dissertação (Mestrado em Agroecossistemas). Universidade Federal de Santa Catarina, 2015.

Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense

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