Bom dia • 28/11/2024
Autores: Carina Santos de Carvalho, Juliana Martins dos Santos Silveira e Maria Franciele Santos Batista
A cárie dentária é uma doença infecciosa que progride geralmente de forma lenta, raramente é autolimitante e, na ausência de tratamento, progride até destruir totalmente a estrutura dentária (SHELKE et al., 2020). No decorrer dos anos, devido às características do material restaurador e com o propósito de eliminar a doença, foi sugerido que o tratamento de restauração deve se basear na remoção de toda a dentina cariada e qualquer esmalte sem suporte (SANTOS, 2020).
Durante muito tempo o tratamento recomendado para a cárie dental compõe a remoção de toda a dentina infectada e desmineralizada, conhecida como remoção total do tecido cariado (RTTC), tendo como objetivo evitar futuras atividades cariogênicas fornecendo uma base bem mineralizada da dentina para a realização da restauração (CANUEL, 2019).
No entanto, a grande desvantagem desta técnica é o risco de exposição da polpa durante o tratamento em cavidades profundas (ARAÚJO, 2017). Visto que, a remoção total da cárie pode ocasionar a exposição pulpar, e a contaminação do tecido remanescente, dificultando a capacidade de cicatrização da polpa (LOURENÇO, 2016).
Nos últimos anos, tem sido demonstrado por meio de ensaios clínicos os benefícios que trazem a remoção parcial do tecido cariado (RPTC) de cavidades profundas em dentes permanentes. Porém, o tratamento de tais lesões ainda é uma questão muito discutida, principalmente se tratando das técnicas utilizadas, materiais e índices de sucesso achados na literatura (ARAÚJO, 2017).
Retificando, a (RPTC) traz impactos positivos para a sociedade, uma vez que apresenta melhor taxa custo-benefício, costuma ser mais agradável para o paciente, diminuindo a necessidade de tratamento endodôntico em casos de exposição da polpa acidental e evitando que o paciente retorne inúmeras vezes ao consultório para acabar o tratamento (KHOKHAR, 2018).
ARAÚJO J. et al. Remoção parcial do tecido cariado em dentes permanentes: uma revisão integrativa da literatura. Rev. Bras. Odontol, Rio de Janeiro, v. 74, n. 1, p. 31, jan./mar. 2017.
CANUEL, C. Curetagem parcial das cáries profundas em dentes permanentes. 2019. 35f. Tese de Doutorado – Universidade Fernando Pessoa Faculdade de Ciências da Saúde, Porto, 2019.
KHOKHAR, M.; TEWARI, S. Outcomes of Partial and Complete Caries Excavation in Permanent Teeth: A 18 Month Clinically Study. Contemporary Clinical Dentistry, v. 9, n. 3, p. 468-473. 2018.
LOURENÇO, S. S. Remoção parcial de tecido cariado em dentes permanentes: 8 anos de acompanhamento. 37f. Porto Alegre, 2016.
SANTOS, A. A.; JUNG, A. A. A. Remoção parcial de tecido cariado em dentes permanentes: uma revisão de literatura, Taubaté, p. 36, 2020.
SHELKE, U. R. et al. Minimal Invasive Dentistry-A Systematic Respect For The Original Tissue. Journal of Interdisciplinary Dental Sciences, v. 9, n. 2, p. 29-36, 2020.
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense