Bom dia • 21/11/2024
Por: Eliângela Carvalho
Palmerinha da Bahia é personagem folclórico em destaque do Brasil no sustentáculo às raízes da cultura popular
Eronildes de Oliveira Rosa, conhecido como Palmerinha da Bahia, além de ser um grande animado e desbravador da música no sertão do Nordeste, é médium, poeta, radialista, compositor, artista popular e repentista, onde este o consagrou a nível nacional. No dia 01 de setembro do corrente ano, Palmerinha completa sessenta anos, destes 35 de carreira, no qual vem alegrando, contando e encantando as belezas do Sertão.
A voz de Palmerinha, uma das mais singulares da face da terra é carregada da realidade social cumprindo verdadeiramente o seu papel perante a sociedade, que é o de imbuir contentamento nas pessoas e ao mesmo tempo denunciar as injustiças sociais e reclamar os direitos do povo brasileiro.
“Cem anos de tradição. Do cordel comemorado. Do baião da concertina. Do caboclo pé rachado; No repente nordestino. Fazendo surrupiado”. Esta foi uma das homenagens feita por Palmerinha a cidade de Londrina no Paraná, o que demonstra a habilidade do artista na literatura de cordel, coisa rara nos dias de hoje, e ainda a diversidade em seus trabalhos que vão desde o repente, viola até CDs.
Palmerinha da Bahia era o único responsável pela animação das festas ocorridas no sertão, especialmente no Estado da Bahia, onde muitas vezes, por não haver transporte ou estradas transitáveis ia fazer as cantorias ao lombo de um cavalo, ou mesmo a pé. Sua obra começou antes das facilidades e febres dos trios elétricos, por isso, ele é admirado pelos mais velhos e, conseqüentemente pelos jovens que tem apreço pelo o artista por considerá-lo como uma peça tradicional, herdada dos familiares no tocante ao gosto pelos valores da cultura popular. A família de Pedro Emeliano da Cruz (in memória) do Sitio do Quinto na Bahia é exemplo. Emeliano era fã de Palmerinha, e todos os seus filhos e netos passaram a gostar da maneira graciosamente original do artista.
Atualmente, Palmerinha da Bahia faz parceria com João Evangelista Santana Trindade, o popular João de Cedro, o que é uma prova incontestável de que a cultura nordestina é mantida viva, mesmo em épocas em que as pessoas nutrem amor ao mundo globalizado em substituição ao imperialismo cultural. Somente pessoas guerreiras e com espírito de luz é que conseguem a façanha do brilho do puro ouro, e não do vidro que só brilha perante o sol, a qual o repentista conseguiu no percurso da sua vida.
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense