Bom dia • 21/11/2024
Por: Eliângela Carvalho
A matriarca de um dos maiores fenômenos políticos de Sergipe é uma mulher feliz e determinada que exerceu com grande saber os destinos dos Valadares
Josefa Matos Valadares, conhecida com dona Caçula, filha de Manoel José de Matos e Valeriana Gomes de Menezes nasceu no dia 06/12/1922 na cidade de Paripiranga/BA. No dia 20 de abril, aos 16 anos casou-se com Pedro Almeida Valadares com quem teve 10 filhos sobrevivendo apenas sete: José Matos Valadares (atual prefeito de Simão Dias), Antônio Carlos Valadares (senador), Maria Matos Valadares, Laura Matos Valadares, Dalva Matos Valadares, Arnaldo Matos Valadares e Dilma Matos Valadares, aos quais deram a dona caçula 16 netos e sete bisnetos.
O marido de dona caçula Pedro Almeida Valadares apesar de ter nascido em Tobias Barreto era agricultor, comerciante e um grande político na cidade de Simão Dias, o qual iniciou sua carreira política como vereador da cidade. E dona Caçula, com determinação e coragem foi o braço direito de seu marido. Ela entendia a missão de desempenhar o seu papel de companheira com grande saber no trato com as inúmeras pessoas que freqüentavam sua casa.
Conta-se, que quando Pedro Almeida Valadares era prefeito de Simão Dias (1959-1963), os seus adversários instalaram na Câmara de Vereadores um processo de impeachment contra ele. Como Pedro Almeida não tinha a maioria no legislativo ele com certeza seria derrubado do cargo de prefeito, caso dona Caçula não tivesse se posicionado diante dos vereadores adversários com um grupo bem organizado, a maioria, moradores do povoado Pau de Leite, alertando-os que jamais deixaria que alguém invadisse a Prefeitura, que naquela época situava-se na avenida Coronel Loyola, para dar posse a um novo prefeito.
A atitude de dona Caçula foi essencial para a restauração da ordem institucional do município naquela época visto que o tribunal de justiça no dia seguinte ao atentado de invasão à Prefeitura, concedeu mandato de segurança a Pedro Almeida Valadares, suspendendo o ato dos vereadores e assegurando o pleno exercício do mandato de prefeito que havia outorgado ao seu marido em eleições livres.
Com esse gesto, de mulher corajosa que em defesa do mandato legitimo do marido, mesmo correndo risco de vida, levou o deputado José Onias a fazer um discurso na Assembléia comparando dona Caçula à Maria Quitéria, a intrépida guerreira baiana, a primeira mulher soldado do Brasil a defender com sua bravura a integridade da Pátria.
Quando pressionada pelos poderosos da região para retirar a candidatura do seu filho Antônio Carlos Valadares a prefeito de Simão Dias, dona Caçula não recuou, e não teve medo. Assim, aos 22 anos Antônio Carlos Valadares, um dos maiores políticos do Brasil por sua competência, honradez e honestidade iniciou-se na carreira política sendo prefeito do município de Simão Dias. Dessa maneira, dona Caçula mais uma vez no ato de bravura e coragem é responsável pela consagração política dos Valadares.
Em fevereiro deste ano faz 37 anos que o marido e grande companheiro de dona Caçula faleceu, deixando-a viúva com apenas 43 anos. Apesar da perda, e nunca jamais ter convivido com outra pessoa, dona Caçula continuou firme e determinada, dedicando-se a sua família como de costume, ou até mais.
Em 1989, Caçula é eleita prefeita de Simão Dias, obtendo uma frente de mais de 2.000 votos contra o seu concorrente o então deputado Abel Jacó dos Santos, tendo o seu filho, Antônio Carlos Valadares, como governador do Estado de Sergipe durante dois anos de sua administração e os dois restantes o atual governador João Alves Filho. Ela é a única mulher que conseguiu ser prefeita do município de Simão Dias. E como tal realizou diversas obras de fundamental importância para os moradores do município, tais como: Construiu dois conjuntos residenciais, o Caçula Valadares e o Centenário, alojando inúmeras pessoas; construiu o asilo dos velhos e o atual Mercado Municipal de abastecimento da feira livre; edificou a creche Mãe Dona; construiu e reformou mais de mil casas no bairro Bonfim e pavimentou o conjunto José Fraga Matos e o Bonfim, entre outras.
Um pensador francês, Houssaye, escreveu que através dos olhos de uma mulher é que se vê bem a vida, porque nelas nunca vêem de longe, mas sim de perto. Assim, dona Caçula, muitas das vezes confundida como temperamental e senhora de atitudes que não volta atrás é uma férrea eminência, um exemplo de mulher que chega aos 80 anos, completamente lúcida, na qual carrega no seu rosto a expressão da felicidade fazendo consistir sua ventura no progresso constante da vida, trazendo consigo sabedoria e bom senso no exercício do discernimento sobre circunstâncias e situações, onde soube percorrer sua missão de forma grandiosa.
Hoje, chegou o momento dos sergipanos e simãodienses reconhecer e agradecer a dona Caçula por ter sido uma das maiores personagens da nossa história.
NADA ME IMPEDIRÁ
Nem a tristeza, nem a desilusão
Nem a incerteza, nem a solidão
NADA ME IMPEDIRÁ DE SORRIR.
Nem o medo, nem a depressão,
Pôr mais que sofre meu coração,
NADA ME IMPEDIRÁ DE SONHAR.
Nem o desespero, nem a descrença,
Muito menos o ódio ou alguma ofensa,
NADA ME IMPEDIRÁ DE VIVER.
Em meio às trevas, entre os espinhos,
Nas tempestades e nos descaminhos,
NADA ME IMPEDIRÁ DE
CRER EM DEUS.
Mesmo errando e aprendendo,
Tudo me será favorável,
Para que eu possa sempre evoluir
Preservar, servir, cantar,
Agradecer, perdoar, recomeçar…
Quero viver o dia de hoje
Como se fosse o primeiro
COMO SE FOSSE O ÚLTIMO,
COMO SE FOSSE O ÚNICO.
Quero viver o momento de agora
Como se ainda fosse cedo,
Como se nunca fosse tarde.
Quero manter o otimismo,
Conservar o equilíbrio,
Fortalecer a minha esperança,
Recomeçar minhas energias,
Para prosperar na minha missão
E viver alegre todos os dias.
Quero caminhar na certeza de chegar,
Quero lutar na certeza de vencer,
Quero buscar na certeza de alcançar,
Quero saber esperar
Para poder realizar os ideais do meu ser. ENFIM,Quero dar
o máximo de mim,
para viver intensamente.
(De autoria desconhecida, enviado
por Laura Matos Valadares)
Por: Jornal Simãodiense jornalsimaodiense